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Com quase 300 mortes pela covid-19, Irã cancela discurso de líder

O líder sumpremo do Irã,  Ali Khamenei, em participação nas orações de sexta-feira, em Teerã - AFP
O líder sumpremo do Irã, Ali Khamenei, em participação nas orações de sexta-feira, em Teerã Imagem: AFP

10/03/2020 18h02

Teerã, 10 mar (EFE) — O novo coronavírus levou as autoridades do Irã a cancelar o discurso do líder supremo, Ali Khamenei, por ocasião do Ano Novo Persa no país, onde a doença, até esta terça-feira, causou a morte de 291 pessoas.

O Ministério da Saúde informou hoje que foram confirmadas 881 novas infecções desde o dia anterior, das quais 54 morreram, subindo a contagem para 8.042 infectados.

Destes, 2.731 se recuperaram da doença, que atualmente tem seu foco principal na província de Teerã, com mais de 2 mil pessoas infectadas.

Para tentar conter a epidemia, o Irã cancelou todos os tipos de eventos públicos, culturais, esportivos e religiosos, e agora é a vez de um ato do líder.

Como todos os anos, Khamenei tinha planejado fazer um discurso no mausoléu do Imã Reza, na cidade sagrada de Mashad, por ocasião de "Noruz" (o Ano Novo Persa), em 20 de março.

O líder também não viajará para Mashad seguindo "as recomendações dos profissionais de saúde para evitar reuniões e viagens, a fim de impedir a propagação do coronavírus", disse um comunicado oficial.

Por outro lado, Ali Khamenei aceitou hoje a proposta do Ministério da Saúde de considerar "mártires", o que implica uma série de benefícios para as famílias, os profissionais de saúde que morreram no combate ao surto da Covid-19.

O ministro da Saúde, Said Namaki, não especificou o número de médicos, enfermeiros ou assistentes mortos, mas destacou o trabalho desses profissionais que "colocam suas vidas em perigo para ajudar o país a superar esse momento difícil".

Para evitar multidões, as autoridades iranianas fecharam escolas e universidades, entre muitos outros lugares, e estão desinfetando espaços públicos diariamente.

Nesse sentido, o segundo turno das eleições parlamentares, inicialmente previsto para 17 de abril, pode ser adiado para o final de agosto ou setembro, disse hoje o porta-voz do governo, Ali Rabiei.