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Ex-presidente é proibido de deixar Panamá em caso envolvendo Odebrecht

03/07/2020 04h51

Panamá, 2 jul (EFE).- O Ministério Público do Panamá emitiu nesta quinta-feira medidas cautelares de proibição de saída do país e apresentação periódica em uma delegacia do ex-presidente Juan Carlos Varela, acusado de lavagem de dinheiro ligado à Odebrecht recebido durante as campanhas políticas de 2009 e 2014.

"Foi imposta uma medida preventiva para impedi-lo de sair do país. Manifestei minha opinião sobre esta medida, mas como homem da lei tenho que cumpri-la", declarou Varela, que reiterou sua inocência aos jornalistas ao final de um inquérito do Ministério Público anticorrupção que durou quase dez horas.

Varela, de 56 anos, foi denunciado há um ano pelos advogados Miguel Antonio Bernal e Sidney Sittón, este último defendendo o ex-presidente panamenho Ricardo Martinelli, por lavagem de dinheiro e crime organizado, entre outras coisas, por ter recebido financiamento político da Odebrecht.

O ex-presidente panamenho e ex-líder do Partido Panameñista expressou sua disposição de ir ao MP tantas vezes for necessário. "Quando você faz parte de um processo e se sente confiante de sua inocência, deve assumir a atitude processual de aparecer, responder e esclarecer", disse.

Em um depoimento anterior, o ex-presidente havia afirmado ser importante esclarecer que as investigações que estão sendo realizadas pelo Ministério Público no caso Odebrecht não têm nada a ver com seu mandato presidencial.

"As campanhas de 2009 e 2014 foram financiadas com doações privadas, recursos próprios e familiares, tudo de acordo com as leis do Panamá. As contribuições foram relatadas ao Tribunal Eleitoral", garantiu.

Uma investigação vazada para a imprensa local apontou que o partido de Varela recebeu US$ 10 milhões em contribuições de campanha da Odebrecht, e que o ex-consul panamenho na Coreia do Sul Jaime Lasso foi um dos principais atores na relação entre a legenda e a construtora brasileira.