Reino Unido não reconhece eleições "ilegítimas" na Venezuela
O governo do Reino Unido afirmou nesta segunda-feira que não reconhece o resultado das eleições "ilegítimas" para a Assembleia Nacional da Venezuela, realizadas no domingo, nas quais a aliança oficial que apoia o presidente Nicolás Maduro venceu com ampla vantagem, mas nas quais os principais partidos da oposição não participaram, considerando que o pleito foi fraudulento.
Apenas 31% do eleitorado participou das eleições e as urnas não tiveram observadores das principais instituições internacionais, incluindo a UE, que não reconhece os resultados.
A votação "não foi livre ou justa", disse o ministro das Relações Exteriores britânico, Dominic Raab, em um comunicado, enfatizando que Londres reconhece "a Assembleia Nacional eleita democraticamente em 2015" e Juan Guaidó como "o presidente constitucional interino" da Venezuela. .
O chefe da diplomacia britânica afirmou que "as condições internacionalmente aceitas" para as eleições legislativas não foram atendidas, nem "as exigências da legalidade venezuelana".
"É vital que os venezuelanos tenham a oportunidade de votar em breve em eleições presidenciais e legislativas que sejam livres, justas e monitoradas de forma eficaz", disse Raab.
O Reino Unido "acredita que restaurar a democracia é um passo essencial para acabar com a crise política, econômica e humanitária que atinge os venezuelanos", acrescentou.
O governo britânico apela a "todos os líderes" na Venezuela a se comprometerem a apoiar "uma solução" para esta situação.
Conforme divulgado hoje pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE), com 82,35% dos votos apurados, a aliança oficial do Grande Polo Patriótico (GPP) venceu as eleições de ontem com 67,6% dos votos.