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EUA aumentam anúncios no Brasil e na América Central para diminuir migração

23/03/2021 01h21

Washington, 22 mar (EFE).- O governo dos Estados Unidos multiplicou seus anúncios em vários idiomas no Brasil e na América Central para enviar a mensagem de que a fronteira está fechada e os migrantes indocumentados não devem tentar chegar ao país, informou nesta segunda-feira a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

"Colocamos aproximadamente 17.118 anúncios de rádio no Brasil, em El Salvador, na Guatemala e em Honduras desde 21 de janeiro, em espanhol, português e seis línguas indígenas", disse Psaki em conversa diária com a imprensa.

Os anúncios foram veiculados em 33 estações de rádio e atingiram uma audiência de aproximadamente 15 milhões de pessoas. O governo americano ainda postou a mesma mensagem para usuários do Facebook e do Instagram que, na visão das autoridades, se encaixam no perfil de potenciais migrantes.

No total, os anúncios nas redes sociais obtiveram mais de 73 milhões de visualizações nos países que queriam atingir, segundo a porta-voz.

Em El Salvador, a Casa Branca também colaborou na divulgação de uma história em quadrinhos e um programa de animação que chegou a pelo menos 240 mil jovens para dissuadi-los da ideia de viajar para os EUA sem visto.

"O objetivo é comunicar claramente que este não é o momento de vir, que nossas fronteiras não estão abertas", destacou a porta-voz do presidente americano, Joe Biden.

Psaki detalhou esses números em um momento de crescente crítica a Biden sobre o influxo maciço de menores e famílias indocumentadas na fronteira sul dos EUA, o que tem sobrecarregado os centros de detenção.

Alguns comentaristas culpam a onda de migrantes pelo fracasso do presidente em comunicar efetivamente sua mensagem de que não acolherá os indocumentados, enquanto outros atribuem-na mais ao desespero de muitos na América Central depois de dois furacões.

A Casa Branca enviou hoje uma delegação de alto escalação ao México e à Guatemala para traçar um plano para inibir a imigração irregular, mas ainda está relutante em descrever a situação na fronteira como uma crise.

"Crianças chegando à nossa fronteira fugindo da violência, fugindo da perseguição, fugindo de situações terríveis... Isso não é uma crise. Sentimos que é nossa responsabilidade lidar de forma humana com estas circunstâncias", analisou a porta-voz.

Psaki admitiu que muitas das instalações onde o governo mantém menores indocumentados não são feitas para crianças e seu objetivo é tirá-las desses locais o mais rápido possível.

A fala da funcionária foi uma reação à publicação pelo deputado democrata Henry Cuellar de uma série de fotografias tiradas em um abrigo da Patrulha de Fronteira na cidade de Donna, no estado do Texas, e mostrando, segundo ele, as "terríveis condições" em que milhares de menores migrantes são mantidos.