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ONU teme que polícia oculte provas de operação policial com 25 mortos no Rio

08/05/2021 04h03

Genebra, 7 mai (EFE).- O Escritório do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos expressou preocupação pela operação da Polícia Civil que deixou 25 mortos no Jacarezinho, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e denunciou possíveis tentativas das forças de segurança para evitar que haja uma investigação independente sobre o ocorrido.

"Recebemos preocupantes denúncias após o ocorrido de que a polícia não tomou as medidas necessárias para preservar as provas na cena do crime, o que pode dificultar a investigação desta operação trágica e letal", ressaltou nesta sexta-feira, em entrevista coletiva, o porta-voz da entidade da ONU, Rupert Colville.

A operação, a mais sangrenta em mais de uma década no Rio, segundo o porta-voz, "confirma uma prolongada tendência ao uso desnecessário e desproporcional da força nas favelas".

Colville disse considerar "especialmente perturbador" o fato de a operação ter sido organizada após o Supremo Tribunal Federal (STF) ter suspendido, em 2020, operações deste tipo em favelas durante a pandemia de covid-19.

O porta-voz pediu que o Ministério Público inicie uma investigação profunda e imparcial do ocorrido "de acordo com os padrões internacionais" e garanta a segurança das testemunhas, para que sejam protegidas "de toda intimidação ou tentativa de represália".

A operação contra o tráfico de drogas no Jacarezinho, na qual houve um grande tiroteio na manhã de quinta-feira, causou a morte de um dos policiais que a integravam.