Direita chilena sai derrotada das eleições regionais e municipais
Nas eleições regionais, nas quais pela primeira vez foram eleitos os governadores dos 16 departamentos do país, apenas três candidatos obtiveram apoio suficiente para não disputar o segundo turno - todos eles de esquerda -, enquanto nas eleições municipais a direita perdeu bastante força, passando das 145 prefeituras de 2016 para 88.
A esquerda ganhou em distritos emblemáticos, como Santiago, onde a comunista Irací Hassler venceu o candidato de direita, Felipe Alessandri, que concorria à reeleição.
"Vamos ter uma transformação desde os bairros da comuna de Santiago para conquistar dignidade e bem estar", disse Hassler, que conduzirá o Partido Comunista pela primeira vez ao gabinete de prefeito na capital.
O partido governista também perdeu as prefeituras das cidades turísticas de Valparaíso e Viña del Mar, sendo que nesta última, onde os conservadores governavam há quase 20 anos, a vencedora foi a candidata da esquerdista Frente Ampla.
"O que em tempos foram esperanças escritas na caligrafia das pessoas de Viña del Mar é agora uma realidade concreta. Como equipe vencemos e como equipe vamos governar Viña del Mar", disse a prefeita eleita da cidade, Macarena Ripamonti.
ELEIÇÕES REGIONAIS AGUARDAM SEGUNDO TURNO.
Pela primeira vez na sua história, o Chile deu um passo em direção à descentralização ao eleger os governadores das suas 16 regiões, um cargo que durante décadas tinha sido nomeado pelo Executivo.
Apenas três regiões não terão um segundo turno: Aysén e Magallanes (no extremo sul do país), onde os candidatos de esquerda Andrea Macía e Jorge Flies ganharam, e Valparaíso, onde o ativista ambiental independente Rodrigo Mundaca venceu.
"Obrigado a todos os que acreditaram em nós, levantaram-se e começaram a trabalhar para fazer de Valparaíso uma região de direitos", declarou Mundaca, um fervoroso defensor da desprivatização da água em uma das áreas mais desfavorecidas do país.
Nas outras 13 regiões, os dois candidatos com mais votos terão de concorrer novamente nas urnas em 13 de junho, mas apenas nove dos 26 candidatos são da direita governante.
Na cobiçada Região Metropolitana, que abrange a capital e é o lar de oito milhões dos 19 milhões de habitantes do país, o democrata-cristão Claudio Orrego e a esquerdista Karina Oliva protagonizarão a disputa, deixando para trás outros nomes conhecidos do partido governista, como Catalina Parot.
"Somos uma alternativa que nasce da humildade, respeito e empatia. Acreditamos que estes são os valores que representam as exigências sociais", afirmou Oliva.
A direita foi também a grande perdedora nas eleições constituintes, nas quais conquistou menos de um terço dos lugares na Assembleia, a percentagem necessária para influenciar o texto e os artigos de veto.
Javier Macaya, presidente da ultraconservadora União Democrática Independente (UDI), maior partido de direita do Chile, disse que o país "deu um sinal de que temos de ser capazes de ouvir" e que "os blocos políticos tradicionais não receberam grandes votações".
Contra todas as probabilidades, os independentes e a oposição ganharam mais de dois terços dos lugares da Assembleia Constituinte, que será paritária entre homens e mulheres e a primeira a nascer de um processo plenamente democrático e participativo na história do país.
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