Senado da Colômbia rejeita moção de censura contra ministro da Defesa
A moção de censura recebeu o apoio de 31 senadores, enquanto 69 expressaram apoio a Molano e votarão contra a medida.
"O plenário do Senado negou com a maioria necessária a proposição de uma moção de censura ao ministro da Defesa, Diego Molano", anunciou o secretário do Senado, Gregorio Eljach, ao concluir a contagem dos votos.
O ministro compareceu na segunda-feira passada ao debate no Senado, onde ressaltou que o governo respeita "a manifestação pacífica", mas que é contundente "contra a violência e todas as vias de fato que afetam os direitos dos colombianos". Na terça-feira, apresentou seus argumentos em outro debate na Câmara dos Representantes, que ainda não votou.
Na votação de hoje, ficou evidente a polarização em torno da questão da violência nos protestos, não só por parte da polícia, mas também de grupos que bloqueiam estradas e impedem a livre circulação de pessoas e produtos em diferentes regiões do país, como sublinharam senadores de ambas as esferas políticas.
"Aqueles que votam 'não' são cúmplices da violência, da barbárie e do assassinato de jovens colombianos", disse o senador Gustavo Petro, do movimento Colômbia Humana, chefe da oposição ao governo do presidente Iván Duque.
Já o senador Ciro Rodríguez, do partido governista Centro Democrático, expressou apoio ao ministro, declarando "não à tentativa de rapto da Colômbia".
A violência do último mês deixou pelo menos 43 mortos, segundo números oficiais, dos quais 19 estão confirmados como relacionados aos protestos. A ONG Temblores e o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento da Paz (Indepaz) contabilizam 60 mortes, das quais 43 são atribuídas às forças de segurança.
"O ministro tem de sair por violar a Constituição e permitir o assassinato de jovens", declarou o senador Alexander López Maya, do partido de esquerda Polo Democrático, ao votar a favor da moção de censura.
O senador Gabriel Velasco, do Centro Democrático pelo departamento do Valle del Cauca, o mais afetado pelos bloqueios, votou contra a moção de censura: "Chega de raptos, chega de fome, deixem-nos trabalhar", exclamou.
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