EUA consideram Cuba, Venezuela e China ineficazes contra o tráfico humano
Os Estados Unidos mantiveram nesta quinta-feira a Nicarágua, Venezuela, China e Cuba na lista de países que não fazem o suficiente para combater o tráfico de pessoas, e alertou sobre problemas em países como Arábia Saudita e Israel, segundo o novo relatório do Departamento de Estado.
"Este crime é uma afronta aos direitos humanos e à dignidade humana", ressaltou Antony Blinken, secretário de Estado, ao apresentar o relatório anual.
Blinken argumentou que o tráfico de pessoas tem "um peso desproporcional" sobre quem "é alvo de opressão por outras injustiças" em países em desenvolvimento. Além disso, destacou que a pandemia de covid-19 "agravou" os problemas entre os mais vulneráveis.
O chefe da diplomacia americana destacou as "atrozes" ações da China contra os uigures e outras minorias muçulmanas na província de Xinjiang, no oeste do país, onde quase um milhão de pessoas cumprem trabalhos forçados.
A lista, de 17 países, também conta com Afeganistão, Argélia, Mianmar, Comores, Eritreia, Guiné-Bissau, Irã, Coreia do Norte, Malásia, Rússia, Sudão do Sul, Síria e Turcomenistão.
A inclusão na lista pode levar à imposição de sanções como o congelamento da ajuda não humanitária e não comercial ou a exclusão de empréstimos de instituições, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), se assim for decidido pelo presidente dos EUA, Joe Biden.
Sobre Cuba, o relatório observou o "padrão do governo de se aproveitar dos programas de exportação de trabalhadores com fortes sinais de trabalho forçado, particularmente no seu programa de missões médicas estrangeiras".
Em relação à Nicarágua, o Departamento de Estado observou que o governo nicaraguense "continua a minimizar a gravidade do tráfico de seres humanos no país, apesar dos relatos da sociedade civil de um aumento das vítimas em 2020".
No caso da Venezuela, o governo americano advertiu que as "autoridades fornecem apoio e um ambiente permissivo para grupos armados não estatais", incluindo organizações colombianas ilegais, "para recrutar e utilizar crianças-soldados para conflitos armados e tráfico sexual enquanto operam em território venezuelano com impunidade.
O Departamento de Estado também aponta para problemas em países considerados aliados tradicionais dos EUA, como Israel, onde, segundo o relatório, os esforços das autoridades para frear o tráfico de pessoas "não são sérios nem constantes", e Arábia Saudita, que não respeita "normas mínimas de proteção" para os trabalhadores estrangeiros.
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