Colômbia investiga 4 empresas por recrutar assassinos do presidente do Haiti
O diretor da polícia colombiana, general Jorge Luis Vargas, garantiu nesta sexta-feira em coletiva de imprensa que estão sendo investigadas quatro empresas, "se existirem", por terem feito "o recrutamento" destas pessoas e "organizado as viagens para a República Dominicana", de onde chegaram ao Haiti.
O oficial explicou que os nomes das empresas não podem ser revelados porque "estão em verificação".
"O que estamos fazendo aqui é esclarecer os fatos. Até agora (...) não temos motivações", comentou.
A polícia haitiana informou que o assassinato de Moise foi cometido na quarta-feira por um comando de 28 pessoas, das quais 26 são de nacionalidade colombiana e outras duas são americanas de origem haitiana.
Até o momento, 17 pessoas foram presas por sua suposta participação direta no ataque, incluindo 15 colombianos já identificados pelas autoridades do país andino e dois americanos de origem haitiana.
Três outros cidadãos colombianos morreram durante tiroteios com as forças de segurança haitianas, de acordo com o primeiro balanço oficial no qual foi revelada a nacionalidade dos supostos mercenários.
MILITARES REFORMADOS.
Tanto o general Vargas quanto o comandante das forças armadas da Colômbia, general Luis Fernando Navarro, explicaram que há pelo menos 13 militares colombianos reformados envolvidos no assassinato.
"As constatações que temos feito em seus currículos são de que suas reformas ocorreram entre 2018 e 2020, é o que está registrado. As motivações no mercado mercenário (...) giram em torno de questões puramente econômicas, segundo presumimos, e é o que pudemos verificar até agora", explicou o oficial.
Nesse sentido, afirmou que um dos presos em Porto Príncipe estava comparecendo perante a Jurisdição Especial para a Paz (JEP), criada pelo acordo firmado entre o governo e as Farc em 2016 e, embora não tenha especificado sobre quais crimes estava respondendo, a imprensa colombiana indicou que se tratam de execuções de civis conhecidas como "falsos positivos".
Por outro lado, o general Vargas revelou que os militares reformados Duberney Capador Giraldo e Germán Alejandro Rivera García, o primeiro morto e o segundo detido, entraram no Haiti em 10 de maio por via aérea, depois de passar quatro dias na República Dominicana.
Os demais mercenários colombianos, segundo informações da polícia, chegaram a Punta Cana, na República Dominicana, no dia 4 de junho e no dia 7 do mesmo mês se transferiram para o Haiti pela passagem fronteiriça de Carrizal.
O assassinato de Moise causou comoção internacional e levou o governo haitiano a declarar o estado de sítio por um período de 15 dias.
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