Biden assume responsabilidade, mas defende saída de tropas do Afeganistão
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assumiu nesta quinta-feira a responsabilidade pelo atentado em Cabul que causou dezenas de mortes, mas defendeu que sua "única alternativa" era retirar as tropas americanas do Afeganistão.
"Sou fundamentalmente responsável por tudo o que tem acontecido ultimamente", reconheceu Biden em resposta a perguntas da imprensa depois de falado à nação em discurso televisionado.
Apesar de assumir a responsabilidade, lembrou que o seu antecessor, Donald Trump (2017-2021), chegou a um acordo em fevereiro de 2020 com os talibãs para retirar as forças americanas do Afeganistão até 1º de maio. Em troca, os insurgentes não acolheriam terroristas e não atacariam tropas estrangeiras.
Assim, ao chegar à Casa Branca, Biden descobriu que tinha "apenas uma escolha". A sua única opção, disse ele, era continuar o acordo de Trump para retirar as tropas americanas do Afeganistão.
"Nunca fui da opinião que as vidas americanas deveriam ser sacrificadas para tentar estabelecer um governo democrático no Afeganistão, um país que nunca em toda a sua história foi uma nação. E que é constituído, e não digo isto de forma depreciativa, por um conjunto de diferentes tribos que nunca, nunca se entenderam", comentou.
Enquanto Biden manteve o acordo do antecessor com os talibãs, adiou a data de retirada de maio para setembro, mas depois a antecipou para 31 de agosto.
O Pentágono informou que 12 militares americanos morreram e 15 ficaram feridos, enquanto fontes oficiais em Cabul reportaram pelo menos 60 mortos e 140 feridos, a maioria afegãos que tentavam embarcar em alguns dos voos de evacuação dos países aliados.
O braço do Estado Islâmico que reivindicou a responsabilidade pelo ataque é conhecido como Estado Islâmico de Khorasan (como os jihadistas se referem ao Afeganistão), foi criado em 2015 e é inimigo tanto dos EUA como dos talibãs. EFE
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