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López Obrador confirma investigação, mas defende inocência de seu filho

01/02/2022 19h52

Cidade do México, 1 fev (EFE).- O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta terça-feira que foi aberta uma investigação contra seu filho José Ramón López Beltrán, acusado de conflito de interesses por ter vivido em Houston, nos Estados Unidos, na casa de um empreiteiro governamental.

"A investigação está aberta, para ver de quem é a casa, quais contratos receberam da Pemex (Petróleos Mexicanos), quem os autorizou. Bem, não vão encontrar nada, absolutamente nada, mas fizeram o escândalo", declarou López Obrador durante sua tradicional coletiva de imprensa diária.

Nas declarações, o presidente mexicano se referiu à investigação da Latinos e Mexicanos Contra a Corrupção e a Impunidade (MCCI), que revelou na última sexta-feira que López Beltrán morava em Houston em uma propriedade de um alto executivo da Baker Hughes, uma empreiteira da Pemex.

Atualmente, essa empresa tem contratos de mais de US$ 151 milhões com o governo do México, segundo a investigação.

López Beltrán e sua parceira, Carolyn Adams, ocuparam entre 2019 e 2020 uma casa que pertenceu a Keith L. Schilling, da Baker Hughes, que em agosto de 2019 assinou um contrato com a Pemex no valor de US$ 85 milhões em Villahermosa, segundo a MCCI.

Embora a organização civil tenha apresentado documentos dos contratos, López Obrador a desafiou para que entregasse provas na Procuradoria Geral da República do México (FGR).

"Se tiverem provas, podem apresentar. Não protegemos ninguém, estou aqui para cumprir o mandato popular de banir a corrupção", assegurou.

Durante a coletiva, o presidente mexicano não negou os fatos da investigação, que mostram a vida abastada de seu filho em Houston, onde agora se mudou para uma nova residência avaliada em cerca de US$ 1 milhão no condado de Harris, no nome de Adams.

Mesmo assim, insistiu em chamar o jornalista Carlos Loret de Mola, que revelou a investigação na MCCI, de "mercenário" e "golpista".

Por fim, López Obrador pediu à FGR que investigasse, mas "não acumulasse casos, porque isso também estimula a imprensa conservadora" a criticar o governo.

"Seja lá quem for, mesmo que sejam meus filhos? Mas posso dizer que não somos iguais, temos princípios, temos ideais. Ontem Loret de Mola não gostou de como eu o defini", completou. EFE