Procurador-geral aprovou busca na casa de Trump e pede para publicar ordem
Em um breve pronunciamento após o qual não aceitou perguntas, Garland defendeu a legalidade da busca e destacou que esse tipo de decisão não é tomada "levianamente" e que, sempre que possível, opta-se por meios "menos intrusivos" como alternativa.
O mandado de busca foi autorizado por um tribunal federal e o inventário do imóvel é um documento que a lei federal exige que as autoridades deixem com o proprietário do imóvel.
O primeiro a relatar a operação na mansão na Flórida foi o próprio Trump em suas redes sociais.
"É seu direito", disse o procurador-geral, segundo quem os advogados do ex-presidente republicano (2017-2021) receberam uma cópia do mandado de busca e do inventário do FBI no mesmo dia.
Garland enfatizou que a adesão ao Estado de direito é o "princípio fundamental" do Departamento de Justiça e da democracia americana, observando que ninguém está acima da lei.
"Defender o Estado de direito significa aplicar a lei de maneira uniforme, sem medo ou favoritismo. Sob minha supervisão, é exatamente isso que o Departamento de Justiça está fazendo", declarou Garland no breve pronunciamento televisionado, no qual criticou os ataques e ameaças lançados contra as forças da ordem.
A busca na casa de Trump em Palm Beach buscava recuperar documentos de segurança nacional que o ex-presidente não entregou a agentes federais durante uma reunião em junho na qual o FBI já apreendeu mais material em cumprimento a uma ordem judicial.
A informação é apontada por vários meios de comunicação dos EUA, como a emissora "CNN" e o jornal "The New York Times", que citam fontes próximas ao caso.
O jornal cita duas pessoas que asseguram que os documentos que ficaram na residência de Trump e que ele não deveria ter retirado da Casa Branca eram "tão sensíveis" em termos de segurança nacional que o Departamento de Justiça teve que agir esta semana.
Embora Garland não tenha dado detalhes dos motivos da busca, a imprensa americana aponta que está relacionada à investigação iniciada no início do ano e solicitada pelos Arquivos Nacionais para recuperar a documentação que Trump havia levado.
Christina Bobb, uma das advogadas do ex-presidente, disse em entrevistas nesta semana que estava em Mar-a-Lago quando a operação ocorreu e que o FBI levou aproximadamente 12 caixas da residência.
Ao longo desta quinta-feira, antes e depois do pronunciamento de Garland, Trump limitou-se a acusar nas redes sociais o também ex-presidente Barack Obama de ter levado documentos quando deixou o poder.
"O que aconteceu com as 30 milhões de páginas de documentos que Barack Hussein Obama levou da Casa Branca para Chicago? Ele se recusou a devolvê-los! O que está acontecendo? Este ato estava fortemente em desacordo com os Arquivos Nacionais. Eles invadiram a 'mansão' de Obama em Martha's Vineyard?", questionou.
Segundo Trump, Obama enviou 30 milhões de páginas de registros de seu governo para Chicago com a promessa de digitalizá-los e, eventualmente, colocá-los online, e mais de cinco anos após o término de sua presidência, o site dos Arquivos Nacionais "revela que não foram digitalizadas ou divulgadas quaisquer páginas." EFE
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