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Tartaruga gigante morre em Ilha Comprida (SP); é o 5º caso em 25 dias

Tartaruga-de-couro encontrada morta em Ilha Comprida (SP) - Cristian Negrão/Divulgação
Tartaruga-de-couro encontrada morta em Ilha Comprida (SP) Imagem: Cristian Negrão/Divulgação

Rafael Motta

Colaboração para o UOL, em Santos (SP)

04/11/2016 13h11

Técnicos estudam as razões para o encalhe de tartarugas-de-couro (Dermochelys coriacea) em praias de Ilha Comprida (a 207 km de São Paulo). Segundo um biólogo e um técnico ambiental ouvidos pelo UOL, foram cinco casos nos últimos 25 dias. O cadáver mais recente foi encontrado nesta quinta-feira (3), no Balneário Barra Nova, a cerca de 25 km do centro da cidade.

O técnico ambiental Cristian Negrão, funcionário da prefeitura local que ajudou a recolher a tartaruga, disse que a última ocorrência do tipo antes dos cinco encalhes tinha sido registrada em 2002. O exemplar recolhido na quinta tinha aproximadamente dois metros de comprimento, 1,20 metro de largura e cerca de 300 quilos, afirmou Negrão.

Tartaruga-de-couro encontrada morta em Ilha Comprida (SP) - Cristian Negrão/Divulgação - Cristian Negrão/Divulgação
Imagem: Cristian Negrão/Divulgação

Biólogo do Aquário Municipal de Peruíbe (a 135 km de São Paulo), Thiago Nascimento afirmou não ser comum que essa espécie de réptil seja encontrada no litoral paulista. Quando isso acontece, o mais frequente é ver animais que se enrolam em redes de pesca e acabam sendo vistos em praias, já mortos e em decomposição.

A tartaruga vista na quinta-feira, porém, não tinha ferimentos, segundo Negrão. "Nem de rede de pesca nem de predadores. O comum, por aqui, é ver tartarugas-verdes, pinguins e lobos-marinhos. Isso está nos preocupando." 

Amostras dos cinco exemplares achados em Ilha Comprida foram levadas pelo IO-USP (Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo) e estão em análise.

A tartaruga-de-couro é uma espécie ameaçada de extinção, classificada como "vulnerável" na lista vermelha de espécies em perigo. De acordo com o Projeto Tamar, a única área de desovas regulares no Brasil se situa no litoral norte do Espírito Santo. Estima-se que haja 34 mil fêmeas em idade reprodutiva no mundo. O animal pode ter carapaça com até 1,78 metro de comprimento e pesar, em média, 400 kg. Não há certeza de quanto tempo, em média, pode viver.