Topo

Francia Márquez: Brasil e Colômbia são responsáveis por justiça racial

Francia Márquez, advogada e vice-presidente da Colômbia - Fredy Builes/Getty Images
Francia Márquez, advogada e vice-presidente da Colômbia Imagem: Fredy Builes/Getty Images

Do Núcleo de Diversidade

28/10/2022 11h00

Esta é a versão online da newsletter Nós Negros enviada hoje (28). Quer receber antes o pacote completo, com a coluna principal e mais informações, no seu email, na semana que vem? Cadastre-se aqui.

***

Às vésperas do segundo turno das eleições no Brasil, a primeira vice-presidente negra da Colômbia, Francia Márquez, fala sobre a corrida presidencial e a responsabilidade de ambos os países em relação à pauta racial, em entrevista exclusiva para a Alma Preta.

Depois do Brasil, a Colômbia tem a segunda maior população de pessoas negras da América Latina. O país também tem histórico de política de guerra às drogas, com efeitos sobre as comunidades negras e indígenas do país.

Antes de ser empossada, em agosto, a vice-presidente visitou o Brasil, onde encontrou o candidato à presidência pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva, de quem cobrou maior participação das mulheres negras na política. Para Francia, é hora de as mulheres negras assumirem a liderança no Brasil e na América Latina, para "impulsionar as demandas de nossos povos".

Agora empossada, Francia Márquez evita dizer por qual candidato torce na corrida presidencial do Brasil para "não se intrometer na política brasileira", mas afirma que confia que os brasileiros irão tomar a decisão certa: o lado da vida.

No Brasil, serão jovens, mulheres, negros, indígenas, os historicamente excluídos e a comunidade LGBTIQ+ que podem mudar a história. Por isso, desejamos boa sorte, que Deus o ilumine e que os ancestrais o protejam e o abençoem para que tomem a decisão certa"
Francia Márquez

***

OUTRA ELDORADO... Localizada no Vale do Ribeira (SP), a pequena Eldorado de São Paulo, também tem suas riquezas: 240 variedades de plantas cultivadas. Uma reportagem especial de Ecoa mostra como a região, onde Jair Bolsonaro passou a infância, foi preservada por quilombolas, grupo constantemente ofendido pelo presidente.

Colheita de mandioca no quilombo do Vale do Ribeira (SP). - Manoela Meyer/ISA - Manoela Meyer/ISA
Colheita de mandioca no quilombo do Vale do Ribeira (SP).
Imagem: Manoela Meyer/ISA

***

A BASE DE TUDO... Em "Origens", a deputada federal Érika Hilton, o ex-goleiro Aranha e a colunista de Ecoa Anielle Franco falam sobre família, afetividades, raízes e a importância feminina na criação.

RECEITA DE FAMÍLIA? Na cozinha da jornalista e empresária Alexandra Loras, o arroz e feijão se unem com a gastronomia francesa. Junto com o marido e o filho, ela torna a cozinha um local de afeto e aprendizagem. Em Nossa, ela ensina sua receita de família: o blanquette de frango, uma versão abrasileirada do clássico francês, o blanquette de veau.

DNA... Nove anos após sua morte, o cantor Emílio Santiago terá o corpo exumado para um teste de paternidade.

***

Ludmilla e Milton Nascimento - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Ludmilla e Milton Nascimento
Imagem: Reprodução/Instagram

GERAÇÕES... Em homenagem aos 80 anos de Milton Nascimento, a cantora Ludmilla e o rapper Djonga regravam os clássicos "Maria, Maria" e "Travessia". A cantora também anunciou um show no Qatar durante a Copa do Mundo.

NOVIDADE? Para a alegria dos fãs, Rihanna anunciou que seu novo single, "Lift Me Up", chega esta sexta nas plataformas digitais. A música é parte da trilha sonora de Pantera Negra 2, que tem estreia marcada para o dia 10 de novembro.

SAUDADE? Babi, mulher do cantor Arlindo Cruz, narra como sua vida se transformou após o AVC do marido. Entre saudade e problemas financeiros, ela se agarra à fé para continuar. Para o filho do cantor, Arlindinho Cruz, cada novo tratamento é uma esperança.

***

AUTOESTIMA? Hoje em dia a influencer Bielo transita do black power às tranças, experimentando diversos penteados. Mas nem sempre foi assim. Em "Meu Cabelo Tem História", ela conta que passou parte da vida com o cabelo raspado e já estragou um travesseiro passando azeite no cabelo. Vale conferir o papo completo!

NEGÓCIOS? De cabelos, a empresária Irlaine Tavares entende. Aos 31 anos, ela é pioneira na venda de laces no Brasil e fatura milhões com a marca It Wigs. A Universa, ela fala como a experiência pessoal com laces a fez perceber que existia demanda para o produto entre as mulheres negras.

***

DANDO A LETRA

Se no passado não permitia a entrada de pessoas negras por meio de vários subterfúgios implícitos no seu estatuto, esse clube foi palco no último dia 14 dos xingamentos racistas ao cantor Seu Jorge, um homem negro e consciente da coletividade da qual faz parte"
Fernanda Oliveira, colunista do UOL

Fernanda Oliveira, professora do Departamento de História da UFRGS. - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Fernanda Oliveira, professora do Departamento de História da UFRGS e membro do GT Emancipações e Pós-Abolição da ANPUH (Associação Nacional de História)
Imagem: Arquivo Pessoal

Em Presença Histórica, Fernanda Oliveira retoma o histórico racista de clubes que não permitiam a entrada de pessoas negras e mostra como esse passado não está tão distante quanto parece.

Em Notícias, André Santana repercute o caso de Roberto Jefferson. Segundo o colunista, a polícia chega atirando nas favelas, mas agiu com gentileza com o ex-deputado. Chico Alves avalia a condução de Guedes no Ministério da Economia: "quer congelar salário para acomodar orçamento secreto".

Daqui até as 17h do próximo domingo, ou seja, daqui quatro dias, tudo pode acontecer, inclusive, o nada. Na verdade, pode"
Eduardo Carvalho, colunista do UOL

Em Ecoa, Eduardo Carvalho fala sobre o clima de ansiedade, estresse e medo antes do segundo turno das eleições.

Em Universa, Cris Guterres fala sobre o livro "Mulheres Negras Não Deveriam Morrer Exaustas", da escritora Jayne Allen. Para a colunista, mulheres negras estão exaustas por lutar pelos seus direitos.

***

PEGA A VISÃO

As coisas ganharam essa proporção principalmente pelas ameaças de morte, pelo fato de o Eddy estar sendo ofendido dentro da própria casa. [...] Ele não foi protegido do racismo nem dentro de casa"
Carolina Novaes, advogada

A advogada Carol Novaes, que defende o comediante Eddy Jr em caso de racismo em condomínio. - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
A advogada Carol Novaes, que defende co comediante Eddy Jr em caso de racismo em condomínio
Imagem: Reprodução/Instagram

Criada em Itaquera, zona leste de São Paulo (SP), e formada em direito em 2014, Carolina Novaes (31) é a advogada de defesa do comediante Eddy Jr, que denunciou a vizinha por agressões racistas. Apaixonada pelo direito desde criança, ela conversa com Universa sobre a profissão e o caso de Eddy.

***

SELO PLURAL

Papo Preto. - Arte UOL - Arte UOL
Papo Preto Novo 2022
Imagem: Arte UOL

Às vésperas dos resultados finais das eleições de 2022, o episódio #102 de Papo Preto recebe Ieda Leal, coordenadora nacional do MNU (Movimento Negro Unificado) para analisar os desafios para o futuro das pautas raciais.