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OPINIÃO

É muito dinheiro. É muito dinheiro. É muito dinheiro.

Imagem: Priscila Zambotto/Getty Images

Irineu Machado

Do UOL

17/01/2024 22h40

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A concentração de renda no Brasil cresce, e, com ela, vem o óbvio aumento da desigualdade. Parte do que explica o fato de os muito ricos estarem cada vez mais distantes dos menos ricos (e a anos-luz de distância dos mais pobres) é o lobby tributarista feito pelos donos das maiores riquezas. O colunista José Roberto de Toledo traz ao programa Análise da Notícia um estudo com mais detalhes de como se dá essa equação. A renda média da parcela que corresponde a 0,1% da população mais rica cresceu 87% entre 2017 e 2022. É muito dinheiro.

"O lobby de quem tem dinheiro, o lobby do capital e das grandes empresas nunca foi tão forte e nunca teve tanto acesso e sucesso. Arthur Lira (o presidente da Câmara dos Deputados) coordena todos esses lobbies que são responsáveis pelo aumento da concentração de renda no Brasil de 2017 para cá", diz Toledo.

Tales Faria traz em sua coluna mais um ingrediente da numeralha que mexe nos saldos bancários do poder, o capítulo da nova novela da reoneração da folha de pagamento. Em resumo: a Câmara prorrogou a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia. Também foi aprovado no Congresso o Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos. Esses dois itens abrem um rombo de R$ 32 bilhões nas contas do governo. É muito dinheiro. Em busca de fontes alternativas para cobrir parte desse rombo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, precisa do apoio de Lira na Câmara e de Rodrigo Pacheco no Senado. Por conta disso, o governo já estuda, revela Tales, encampar uma das principais propostas de Lira: a aprovação ainda este ano de uma reforma administrativa.

E pra quem acha que a busca pelo equilíbrio nas contas virá à custa de cortes nos gastos públicos, o colunista José Paulo Kupfer decifra o enigma: a meta de déficit fiscal primário zero, defendida por Haddad, só acontecerá se as receitas públicas forem ampliadas a ponto de compensar as despesas. Se esse objetivo não for alcançado, a meta será alterada. É muito dinheiro.

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