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Tales Faria

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Por apoio à reoneração da folha, governo banca reforma de Lira

O governo estuda encampar uma das principais propostas do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL): a aprovação ainda neste ano de uma reforma administrativa.

A ideia conta com resistências no PT. Ainda mais depois que Arthur Lira demonstrou simpatia por uma Proposta de Emenda Constitucional chamada PEC 32 que está em tramitação na Câmara.

A PEC 32 altera 27 trechos da Constituição e institui a estabilidade do funcionalismo público apenas para carreiras de estado.

O governo já está preparando um pacote de medidas para essa reforma administrativa que não precisariam necessariamente incluir a PEC 32 na íntegra.

O Planalto já apoia, por exemplo, a avaliação periódica de desempenho dos servidores da União, estados e municípios, inclusive com a possibilidade de demissão.

Também seriam atacados os supersalários do funcionalismo, o que inclui não só o Executivo e o Legislativo, mas, principalmente, o Judiciário, onde há mais problemas.

Portanto, Haddad tentará negociar com Lira o apoio do governo a mudanças importantes no Estatuto do Funcionalismo público em troca do apoio do presidente da Câmara a uma solução para a prorrogação, aprovada pelo Congresso, da desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia.

Essa desoneração cria, por si só, um furo de R$ 16 bilhões no Orçamento deste ano. A Fazenda junta a esse valor mais R$ 16 bilhões do Perse (Programa Emergencial de Recuperação do Setor de Eventos), também aprovado pelo Congresso, e afirma que, na verdade, há um rombo total de R$ 32 bilhões não previstos.

Haddad está pedindo a Lira e ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que ajudem a aprovar fontes alternativas de recursos para cobrir parte desse rombo. Outra parte seria obtida pela reoneração gradual da folha em alguns setores.

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Ou seja, uma espécie de toma lá dá cá: toma a reforma administrativa e nos dê a solução para a desoneração. Com uma vantagem, o governo sempre poderá dizer ao PT e aos servidores que a reforma é uma pressão do Congresso.

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Veja abaixo o programa na íntegra:

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** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL

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