Reina a paz entre Bolsonaro e Valdemar, até a próxima briga
Na política, como na vida, muita gente se diz cansada do trabalho, do ócio e até do amor. Mas ainda não apareceu alguém sinceramente cansado de dinheiro. A ausência de ideias e de interesse público no arranca-rabo entre Valdemar Costa Neto e Bolsonaro facilita a percepção do que ocorre.
Ouve-se nos bastidores um tilintar de verbas públicas. Por trás do embuste, está o dinheiro. O risco de perder acesso ao fundão eleitoral e ao fundo partidário levou a turma do deixa-disso a entrar rapidamente em cena. Bolsonaro gosta tanto de partido político que já experimentou vários. O PL é o nono.
O desentendimento com Valdemar assemelha-se à briga com Luciano Bivar, dono do PSL, hoje adicionado ao União Brasil. Impedido por Bivar de controlar o cofre, Bolsonaro deixou a legenda batendo a porta. Mesmo privados do acesso à caixa registradora do partido, os bolsonaristas seguiram mito porque, naquela ocasião, o mito dava as cartas do Planalto e controlava o Diário Oficial e a chave do cofre do orçamento secreto.
Hoje, Bolsonaro é um político inelegível que troca o que lhe resta de prestígio por um dinheirinho que Valdemar lhe paga mensalmente. A ala bolsonarista do Partido Liberal providenciou panos quentes porque a caneta agora é manuseada por Lula. Perder o acesso aos fundos controlados por Valdemar às vésperas de uma eleição municipal seria temerário.
A despeito dos esforços apaziguadores, uma briga que começa com Valdemar insinuando que Lula é campeão de popularidade e Bolsonaro dizendo que declaração "absurda" pode "implodir o partido" não é coisa que a turma do deixa-disso consiga conter indefinidamente. Reina a paz entre Bolsonaro e Valdemar, até a próxima briga. Os dois personagens têm um encontro marcado a discórdia.
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