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Merkel telefona para Obama após suspeita de que EUA monitoraram seu celular

5.mar.2013 - A chanceler alemã, Angela Merkel, apresenta celular à prova de grampo durante feira em Hannover (Alemanha) - Julian Stratenschulte/AP Photo/dpa,
5.mar.2013 - A chanceler alemã, Angela Merkel, apresenta celular à prova de grampo durante feira em Hannover (Alemanha) Imagem: Julian Stratenschulte/AP Photo/dpa,

23/10/2013 16h05Atualizada em 23/10/2013 17h53

A chanceler alemã, Angela Merkel, telefonou nesta quarta-feira (23) para o presidente americano, Barack Obama, depois que o governo alemão obteve  indícios de que o celular dela foi monitorado por serviços de espionagem dos Estados Unidos.

Em nota, o porta-voz de Merkel, Steffen Seibert, disse que a chanceler afirmou a Obama que "condena categoricamente" tais práticas, que classificou como "totalmente inaceitáveis".

Merkel disse ainda ao colega americano que a possível espionagem de seu celular representa uma "grave quebra de confiança" entre os dois países.

"Entre amigos e parceiros próximos, como há décadas o são a Alemanha e os Estados Unidos, tal monitoramento das comunicações de um chefe de Estado não pode ocorrer", afirmou Seibert na nota.

O governo alemão disse ainda ter cobrado novamente informações sobre a atuação dos serviços de inteligência americanos no país.

"A chanceler também expressou sua expectativa de que os órgãos governamentais americanos esclareçam o possível alcance das práticas de escuta telefônica na Alemanha e respondam às perguntas feitas há meses pelo governo federal", informou o porta-voz.

Segundo o comunicado, o governo também travou conversas com representantes da Casa Branca e do Departamento de Estado americano em Berlim para esclarecer a situação.

No entanto, o governo alemão não deu detalhes dos indícios que apontam para o "possível monitoramento" do celular de Merkel.

O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, confirmou que Obama e Merkel conversaram sobre o assunto nesta quarta. Segundo Carney, o presidente americano garantiu que "os Estados Unidos não estão monitorando as comunicações da chanceler".

Carney, indicou, além disso, que os Estados Unidos seguem "revisando" a forma e os métodos com os quais operam seus serviços de inteligência no exterior.

A escala do serviço de  espionagem dos EUA  foi revelada após a divulgação de documentos vazados pelo ex-analista da CIA e da Agência de Segurança Nacional (NSA) Edward Snowden, hoje asilado na Rússia.

O Brasil também foi um dos alvos da espionagem americana. Segundo os documentos, a presidente Dilma Rousseff, a Petrobras e o Ministério de Minas e Energia tiveram suas comunicações monitoradas pelos EUA. Outros alvos foram França e México.