Obama promete resposta mais agressiva a casos de Ebola nos EUA
Por Roberta Rampton e Steve Holland
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, prometeu nesta quarta-feira que agentes federais vão supervisionar a resposta aos casos de Ebola no país de uma forma mais agressiva e disse que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças enviará uma "equipe da Swat" a qualquer hospital que tenha um caso da doença.
Após se reunir com seu gabinete por cerca de duas horas, Obama enfatizou que a probabilidade de um surto de Ebola nos EUA era "muito, muito baixa", mas disse que a comunidade internacional deve fazer mais para ajudar os países africanos que lutam para controlar a epidemia.
Obama adiou abruptamente uma viagem política que faria nesta quarta-feira e convocou a reunião de alto escalão, um sinal da preocupação crescente em relação ao vírus mortal.
A Casa Branca defendeu enfaticamente a abordagem governamental do problema depois que se soube que uma segunda enfermeira do Texas diagnosticada com a doença fez uma viagem de avião.
O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, afirmou que o governo está mostrando “o tipo de reação tenaz e flexível que se exige” e que os norte-americanos devem continuar a confiar no governo Obama.
Mas as críticas à abordagem governamental aumentaram.
A deputada democrata Sheila Jackson Lee, do Estado do Texas, disse ao canal de notícias MSNBC que o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) precisa reagir melhor à situação, e o senador republicano Rob Portman, do Ohio, tuitou que o governo deve ser mais proativo na luta para evitar que o Ebola se dissemine pelo país.
Faltando menos de três semanas para as eleições legislativas de 4 de novembro, a Casa Branca informou que a viagem de Obama a Nova Jersey e Connecticut foi adiada.
Obama planejava comparecer a um evento de arrecadação de fundos para os democratas em Union, Nova Jersey, e fazer o principal discurso em um comício do governador democrata Dan Malloy, do Connecticut, na cidade de Bridgeport.
O adiamento indica que a preocupação da Casa Branca aumentou desde os relatos de que uma segunda enfermeira do Texas, que foi infectada com o Ebola depois de tratar de um paciente com o vírus, pegou um avião um dia antes de relatar o aparecimento de sintomas.
A funcionária do hospital Texas Health Presbyterian, de Dallas, embarcou em um voo da Frontier Airlines da cidade de Cleveland, em Ohio, para o Aeroporto Internacional Dallas/Fort Worth na segunda-feira, relataram autoridades.
Na terça-feira, Obama afirmou que a infraestrutura do sistema de saúde pública dos EUA é tal que uma epidemia de Ebola no país é altamente improvável.
Earnest disse a repórteres que a situação permanece a mesma, e descartou por hora a proibição de viagens dos EUA para os países do oeste da África assolados pelo Ebola.
Ele ainda indicou que um “czar” para coordenar a reação global dos EUA à doença ainda não é necessário.
Obama realizou uma videoconferência com líderes de Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália para discutir o Ebola, e reiterou a necessidade de uma resposta internacional mais abrangente para a crise.
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