Coreia do Norte sentencia pastor canadense à prisão perpétua com trabalhos forçados
Por Jack Kim
SEUL (Reuters) - O mais alto tribunal da Coréia do Norte condenou nesta quarta-feira um pastor canadense nascido na Coreia do Sul a trabalhos forçados por toda a vida, por subversão, informou a agência de notícias oficial norte-coreana, a KCNA.
Hyeon Soo Lim, o pastor-chefe de uma igreja de Toronto que é uma das maiores do Canadá, foi preso pela Coreia do Norte em fevereiro. No início do ano ele apareceu na mídia estatal do país confessando crimes contra o Estado.
Lim admitiu durante o julgamento que "não só difamou violentamente a mais alta autoridade da Coreia do Norte e o seu regime, mas também tinha a intenção nefasta de tentar derrubar a República, encenando uma conspiração anti-Estado", disse a KCNA.
Segundo a agência estatal chinesa Xinhua, o tribunal disse que Lim havia tentado derrubar o governo norte-coreano e comprometeu o seu sistema social com "atividades religiosas" nos últimos 18 anos.
A promotoria pediu a pena de morte, mas a defesa pediu clemência, apesar da “gravidade de seus crimes”, para que ele possa “testemunhar por si mesmo a realidade da nação do Sol à medida que cresce em poder e prosperidade", disse a KCNA. O tribunal condenou-o a trabalhos forçados por toda a vida.
A KCNA não mencionou as atividades específicas em que Lim esteve envolvido, mas, segundo a Xinhua, ele confessou ter ajudado pessoas a desertarem da Coreia do Norte, e se encontrou com o embaixador dos EUA na Mongólia para tratar disso.
A maioria dos desertores da isolada Coreia do Norte, país com forte regime repressivo, vão para a Coreia do Sul através da China e países do Sudeste Asiático. Também é possível desertar via Mongólia.
O tribunal considerou que ele fabricou propaganda como parte de uma ação liderada pelos Estados Unidos e Coreia do Sul como parte do "barulho sobre direitos humanos" contra o país, disse a Xinhua.
O governo canadense não quis comentar o assunto.
(Reportagem adicional de James Pearson, em Seul, e Amran Abocar, em Toronto)
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