Dirigente irlandês Hickey pede à Justiça do Rio devolução de passaporte
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Justiça do Rio de Janeiro recebeu pedido dos advogados do irlandês Patrick Hickey para seja devolvido o passaporte do dirigente, que foi detido durante a Rio 2016 sob acusação de envolvimento em esquema de venda ilegal de ingressos.
A solicitação foi feita há alguns dias, de acordo com autoridades locais, e ainda está em fase de análise.
“A juíza Juliana Leal de Melo, do Juizado do Torcedor e Grande Eventos, informou que foi feito um pedido pelos advogados do irlandês. O processo foi enviado ao Ministério Público para análise do pedido da defesa do irlandês”, informou à Reuters nesta quinta-feira o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.
Hickey era presidente do Comitê Olímpico da Irlanda e fazia parte da cúpula do Comitê Olímpico Internacional (COI) quando foi preso pela polícia em um hotel de luxo do Rio no dia 17 de agosto, durante a Olimpíada.
A Justiça do Rio revogou a prisão do dirigente em 29 de agosto, mas o passaporte segue retido. O irlandês foi indiciado por crime contra o torcedor, formação de quadrilha e marketing de emboscada.
O Comitê Olímpico da Irlanda e as empresas Pro10 e THG foram acusados pela polícia fluminense de montarem um esquema de venda ilegal de ingressos nos Jogos do Rio para faturar cerca de 10 milhões de reais.
Procurado, um dos advogados de Hickey informou que não vai se manifestar.
O delegado Ronaldo Oliveira, diretor da polícia civil do Rio de Janeiro, órgão que conduziu as investigações, disse à Reuters que todos os elementos e provas contra o dirigente e outros suspeitos foram reunidos e encaminhados ao Ministério Público e à Justiça para analisar as denúncias.
“O advogado está no direito dele de pedir o passaporte do irlandês... Tem que ver se a lei justifica a permanência dele ou responder processo mesmo fora do Estado ou do país”, afirmou.
(Por Rodrigo Viga Gaier)
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