Ameaça do governo da Venezuela reduz adesão a greve nacional
CARACAS/SAN CRISTÓBAL (Reuters) - As ruas da Venezuela estavam mais tranquilas do que o normal nesta sexta-feira durante uma greve convocada pela oposição, mas a participação foi irregular, já que o governo socialista ameaçou fechar negócios que baixassem as portas.
"A greve é uma boa tática de pressão... mas se eu não trabalhar, não como", disse o corretor de seguros Adolfo Diaz, de 38 anos, tentando chegar ao emprego apesar da redução no número de ônibus em San Cristóbal, cidade do oeste do país onde o repúdio ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, é forte.
A coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) pediu uma paralisação de 12 horas, parte de uma escalada nos protestos desde que as autoridades frustraram o pedido de um referendo revogatório do líder impopular da nação integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
O governo prometeu se apropriar de qualquer empresa que respeitasse a greve, e enviou inspetores para ter certeza de que iriam funcionar. Além disso, colocou agentes de inteligência do lado de fora da maior fabricante de cerveja e alimentos da Venezuela, a Polar, que trabalhou normalmente.
Diante da possibilidade de serem presos se incentivassem a paralisação, os proprietários de negócios disseram que a decisão caberia a cada empregado em particular.
"Iremos atrás dos grandes donos de empresas, dos líderes do (grupo empresarial) Fedecamaras se eles insistirem em um golpe de Estado como o de 2002", disse Diosdado Cabello, segundo em comando do governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), relembrando uma deposição de vida curta do antecessor de Maduro, Hugo Chávez.
(Por Brian Ellsworth e Anggy Polanco)
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