Maior parque marinho do mundo é criado no oceano Antártico
Por Colin Packham
SYDNEY (Reuters) - Vinte e quatro países e a União Europeia concordaram nesta sexta-feira em criar o maior parque marinho do mundo no oceano Antártico, cobrindo uma área imensa de 1,55 milhão de quilômetros quadrados de oceano.
A Comissão para a Conservação dos Recursos da Vida Marinha Antártica, que se reuniu em Hobart, na Austrália, disse que o parque marinho do mar de Ross será protegido da pesca comercial durante 35 anos.
O mar de Ross é visto como um dos oceanos ecologicamente mais importantes do mundo. O santuário irá abranger mais de 12 por cento do Antártico, que abriga mais de 10 mil espécies, inclusive a maioria dos pinguins, baleias, aves marinhas, lulas-colossais e merluzas-negras antárticas do planeta.
A pesca será totalmente proibida em 1,1 milhão de quilômetros quadrados do mar de Ross, e áreas designadas como zonas de pesquisa irão permitir alguma pesca de krill e peixe-serra.
Cientistas e ativistas descreveram o acordo como um marco histórico nos esforços globais para proteger a diversidade marinha.
"A Área Marinha Protegida da Região do mar de Ross irá salvaguardar um dos últimos ambientes oceânicos selvagens intactos do planeta – lar de uma biodiversidade marinha incomparável e comunidades florescentes de pinguins, focas, baleias, aves marinhas e peixes", disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em um comunicado.
Cientistas dizem que o parque marinho também irá proporcionar um entendimento maior do impacto da mudança climática.
A Rússia concordou com a proposta, mesmo depois de bloquear propostas de conservação em cinco ocasiões anteriores.
A comissão de 25 membros, que inclui Rússia, China, Estados Unidos e UE, exige apoio unânime para suas decisões.
"Todos eles têm interesses econômicos e políticos diferentes, e fazer com que todos se alinhem – especialmente no contexto de haver interesses econômicos divergentes – é um desafio e tanto", disse Evan Bloom, um diretor do Departamento de Estado dos EUA e líder da delegação norte-americana, à Reuters.
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