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Rio Tinto deve deixar projeto de minério de ferro na Guiné com venda para Chinalco

28/10/2016 14h56

LONDRES/BENGALURU (Reuters) - A Rio Tinto assinou um acordo preliminar para vender sua participação no projeto de Simandou, na Guiné, para a Chinalco, disse a companhia nesta sexta-feira, dando impulso a um projeto para desenvolver as maiores reservas intocadas de minério de ferro do mundo, paralisado há muito tempo.

Considerando todo o potencial do projeto, a mineradora Rio Tinto mostrou frustração quanto à dificuldade de angariar financiamento, e fontes da indústria disseram que o acordo poderia abrir as portas para o financiamento chinês.

A China, maior consumidora de minério de ferro do mundo, cria um mercado óbvio para Simandou, em que a Guiné está apostando para impulsionar o crescimento econômico após o país oeste-africano ser abalado por uma epidemia de Ebola.

Quando estiver em operação total, Simandou tem o potencial de dobrar o PIB da Guiné, disseram parceiros do projeto.

O Ministério de Minas e Geologia da Guiné, Abdoulaye Magassouba, mostrou-se satisfeito com o acordo e pediu a criação de um grupo de trabalho conjunto com a Chinalco para levar o esquema adiante.

"Esse é um acontecimento muito positivo para o projeto, mas ainda temos longos meses de trabalho e desafios significativos para superar antes do relançamento efetivo do projeto", disse ele em comunicado.

A Rio Tinto tem uma participação de 46,6 por cento em Simandou, enquanto a estatal chinesa produtora de metais Chinalco tem 41,3 por cento, e o governo guineano tem 7,5 por cento.

Se o acordo para vender para a Chinalco seguir adiante, a Rio Tinto vai receber pagamentos de 1,1 bilhão de dólares a 1,3 bilhão de dólares, com base no tempo de desenvolvimento do projeto, disse a companhia em comunicado, acrescentando que o objetivo é fechar um acordo final em menos de seis meses.

O presidente da Rio Tinto, Jean-Sebastien Jacques, disse em agosto que não havia ocorrido progresso em encontrar financiamento de infraestrutura para Simandou e, em outubro, a International Finance Corporation (IFC), um braço do Banco Mundial, disse que estava se retirando do projeto.

(Por Barbara Lewis e Rahul B; reportagem adicional de Eric Onstad e Saliou Samb)

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447765))

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