Combatentes curdos e xiitas do Iraque decidem coordenar ações após isolarem Mosul
Por Isabel Coles e Saif Hameed
ERBIL/BAGDÁ, Iraque (Reuters) - Combatentes curdos e xiitas do Iraque concordaram em coordenar seus movimentos depois que isolarem Mosul do resto do território ocupado pelo Estado Islâmico no oeste iraquiano e na Síria para ajudar uma ofensiva apoiada pelos Estados Unidos que visa capturar a cidade, disseram autoridades norte-americanas e iraquianas nesta quinta-feira.
O acordo foi acertado durante uma reunião de quarta-feira entre comandantes das forças curdas peshmerga situadas em Sinjar, a oeste de Mosul, e Hadi al-Amiri, líder da Organização Badr, que tem auxílio do Irã e é o maior componente da coalizão paramilitar majoritariamente xiita conhecida como Mobilização Popular.
A Mobilização Popular, ou Hashid Shaabi, foi para o sudoeste de Mosul para completar o cerco do último grande bastião urbano do Estado Islâmico no Iraque.
Mosul já estava cercada por forças do governo e pelos peshmerga no norte, sul e leste. A unidade iraquiana Serviço de Contraterrorismo, treinada pelos EUA, rompeu as defesas dos jihadistas no leste de Mosul no final de outubro e está lutando para ampliar sua presença na área.
A ofensiva começou em 17 de outubro com apoio terrestre e aéreo de uma coalizão liderada por Washington, e está se tornando a campanha mais complexa no Iraque desde a invasão encabeçada pelos EUA que derrubou Saddam Hussein, um sunita, em 2003 e fortaleceu a maioria xiita do país.
Al-Amiri "veio para poder nos coordenar", disse Mahma Xelil, prefeito de Sinjar, cidade onde o Estado Islâmico cometeu suas piores atrocidades depois de tomar a região dois anos atrás, matando e escravizando milhares de membros da minoria yazidi.
Controlar a estrada irá tornar mais fácil para o Exército iraquiano entrar em Tal Afar, disse Xelil. "É preciso haver cooperação entre nós para impedir que o Estado Islâmico movimente seus equipamentos e seus combatentes", acrescentou.
Sinjar foi recapturada um ano atrás pelos peshmerga, forças do Governo Regional do Curdistão, situado no norte do Iraque, e fica a oeste de Tal Afar, outro baluarte do Estado Islâmico localizado 60 quilômetros a oeste de Mosul.
"A junção destas forças reduz enormemente a liberdade de movimento de insurgentes do Estado Islâmico para dentro e para fora de Mosul", disse o coronel da Força Aérea John Dorrian, porta-voz da coalizão liderada pelos EUA sediada em Bagdá.
A conquista de Mosul é vista como crucial para desmantelar o autoproclamado califado do grupo extremista, e seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, que se acredita ter se retirado para uma área remota próxima da fronteira síria, disse a seus combatentes que não pode haver recuo.
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