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Cientistas se voltam ao deserto do Atacama no Chile para estudar vida em Marte

23/02/2017 18h22

SANTIAGO (Reuters) - Astrobiólogos em busca de informações sobre onde a vida poderia ser encontrada em Marte, e que forma ela poderia ter, estão descobrindo que o deserto do Atacama, no Chile, o mais seco do mundo, pode conter algumas pistas importantes.

Desde que um estudo de 2003 examinou vida microbiana em solos considerados similares aos de Marte no Atacama, a pesquisa astrobiológica, o estudo da vida na Terra para entender como ela poderia se formar em outro ponto do universo, aumentou bastante no deserto.

"É muito mais barato do que viajar para Marte”, disse Armando Azua, um astrobiólogo chileno do Instituto Espacial Blue Marble nos Estados Unidos, que cresceu em uma das poucas áreas povoadas do Atacama.

"É o mais antigo e o mais seco deserto do mundo, um lugar único, no qual a vida não teve outra chance a não ser se adaptar à falta de água.”

Mesmo num ambiente assim, cientistas descobriram vida, geralmente no nível microbiológico.

"Pensamos que mesmo naqueles lugares em Marte onde previamente se pensava que não seria encontrada vida, por serem secos demais para que a sobrevivência, bem, nós encontramos lugares assim na Terra, e ainda assim há diferentes tipos de microorganismos”, declarou Azua.

Os cientistas estão atualmente investigando se fungos ou outros organismos poderiam se adaptar e usar altos índices de radiação ultravioleta como fonte de energia, da mesma forma que fungos encontrados perto do local do desastre nuclear de Chernobyl, de 1986, estavam aparentemente se alimentando do alto nível de radiação do lugar.

(Reportagem de TV Reuters e Rosalba O'Brien)