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Dólar cai e volta a R$3,05, sem reforço de mais juro pelo Fed em breve

23/02/2017 11h26

Por Claudia Violante

SÃO PAULO (Reuters) - O dólar operava em queda e voltava ao nível de 3,05 reais nesta quinta-feira, após o Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, não endossar apostas de aumento de juros em breve, e em meio ao ambiente de taxas mais baixas no Brasil que alimentavam avaliações mais positivas sobre a economia.

Às 11:22, o dólar recuava 0,54 por cento, a 3,0540 reais na venda, depois de cair 0,65 por cento na véspera, a 3,0705 reais. O dólar futuro tinha baixa de cerca de 0,35 por cento.

"Além de o mercado achar que o Fed não deve subir o juro agora em março, o BC brasileiro cortou a Selic, o que ajuda a impulsionar a economia e deixa investidores satisfeitos", comentou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello.

Na véspera, a ata do último encontro do Fed mostrou que muitos membros do colegiado disseram ser apropriado aumentar os juros "em breve", caso os dados de emprego e inflação estejam alinhados com as expectativas. O Fed se reúne novamente para tratar de política monetária nos dias 14 e 15 de março.

Entre os membros com direito a voto, no entanto, havia muito menos urgência de aumentar as taxas, com muitos vendo apenas "risco modesto" de que a inflação aumentaria significativamente e que o Fed "provavelmente teria tempo suficiente" para responder se surgissem pressões sobre os preços.

Dessa forma, os investidores ganharam tempo para deixar seus recursos aplicados em outras praças, como a brasileira. Juros maiores pelo Fed têm potencial para atrair recursos à maior economia do mundo.

No exterior, o dólar caía ante uma cesta de moedas e ante divisas de países emergentes, como os pesos chileno e mexicano.

O dólar também recuava no Brasil com o cenário um pouco mais positivo para a economia brasileira, após o BC reduzir a taxa básica de juros na noite passada em 0,75 ponto percentual, a 12,25 por cento, e deixar a porta aberta para acelerar o passo em breve.

Além disso, mesmo com os cortes, a Selic ainda é a maior taxa do mundo, segundo a corretora Infinity, o que mantém a atratividade do mercado brasileiro aos investidores.

O BC realiza nesta sessão o último leilão de swap tradicional --equivalente à venda futura de dólares-- com oferta de até 6 mil contratos para rolagem dos contratos que vencem em março.