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Juiz dos EUA bloqueia decreto de Trump sobre cidades santuários

25/04/2017 20h31

Por Dan Levine

SAN FRANCISCO (Reuters) - Um juiz norte-americano bloqueou nesta terça-feira um decreto do presidente dos EUA, Donald Trump, que buscava retirar financiamentos federais para as chamadas cidades santuários, em outro revés legal às prioridades de imigração do governo.

A decisão do juiz distrital norte-americano William Orrick III em San Francisco informou que o decreto de Trump tinha como alvo amplas categorias de financiamentos federais para governos santuários e que requerentes desafiando o decreto provavelmente conseguiriam prová-lo inconstitucional.

O governo Trump sofreu uma derrota anterior em tribunais quando dois juízes federais suspenderam decretos presidenciais que restringiam viagens de diversos países de maioria muçulmana. O governo apelou destas decisões.

Representantes do Departamento de Justiça dos EUA e da Casa Branca não estavam imediatamente disponíveis para comentários sobre a decisão dos santuários.

Cidades santuários geralmente oferecem porto-seguro para imigrantes ilegais e muitas vezes não usam fundos municipais ou recursos para o cumprimento de leis federais de imigração.

O condado de Santa Clara, que inclui a cidade de San Jose e diversas outras comunidades menores do Vale do Silício, entrou com processo em fevereiro, dizendo que o plano de Trump de retirar financiamentos federais era inconstitucional. San Francisco preencheu um processo similar.

O condado de Santa Clara recebe cerca de 1,7 bilhão de dólares anualmente em fundos federais e dependentemente federais, cerca de 35 por cento de sua receita total.

O Departamento de Justiça informou que condados tiveram uma interpretação muito ampla do decreto do presidente, que iria afetar somente os fundos do Departamento de Justiça e Segurança Interna, uma fração do dinheiro recebido pelos condados.

Em sua decisão, o juiz Orrick disse que a linguagem usada no decreto deixou claro que ele busca retirar fundos além do cumprimento da lei.

“E se havia dúvidas sobre o âmbito do decreto, o presidente e secretário de Justiça as apagaram com seus comentários públicos”, escreveu Orrick.