EXCLUSIVO-Trump diz que grande conflito com Coreia do Norte é possível, mas busca diplomacia
Por Stephen J. Adler e Steve Holland e Jeff Mason
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que um "grande conflito" com a Coreia do Norte é possível devido aos programas nuclear e de mísseis do regime norte-coreano, mas que prefere uma solução diplomática.
"Existe uma chance de que acabemos tendo um grande, grande conflito com a Coreia do Norte", disse Trump em entrevista à Reuters no Salão Oval da Casa Branca, na quinta-feira, às vésperas de completar 100 dias no cargo, no sábado.
No entanto, Trump disse que gostaria de resolver pacificamente a crise que já passou por diversos presidentes dos EUA, um caminho que ele e seu governo têm enfatizado por meio de uma variedade de sanções econômicas, ao mesmo tempo em que mantêm as opções militares sobre a mesa.
"Adoraríamos solucionar as coisas diplomaticamente, mas é muito difícil", disse, descrevendo Pyongyang como seu maior desafio global.
A questão da Coreia do Norte tem sido tratada de perto tanto pelos EUA como pela China, única grande aliada do regime norte-coreano.
Nos últimos meses a China tem se mostrado cada vez mais incomodada com a busca de armas nucleares e mísseis balísticos de sua vizinha Coreia do Norte, que com isso viola resoluções da ONU.
Os EUA pediram à China que se esforce mais para conter Pyongyang, e Trump cobriu de elogios o presidente chinês, Xi Jinping, por seus esforços, chamando-o de "um bom homem".
"Acredito que ele está se esforçando muito. Sei que ele gostaria de ser capaz de fazer algo. Talvez seja possível que ele não possa. Mas acho que ele poderia ser capaz de fazer algo", afirmou o presidente dos EUA.
O ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse na quinta-feira existir o perigo de que a situação na península coreana possa escalar ou sair do controle.
Wang fez os comentários em uma reunião na Organização das Nações Unidas (ONU) com um diplomata russo na quinta-feira, informou o ministério em um comunicado.
Também na quinta-feira, o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse que a China pediu à Coreia do Norte para não realizar mais testes nucleares. Pequim alertou os norte-coreanos de que irá impor sanções unilaterais se o regime for adiante, acrescentou.
Tillerson não disse quando os chineses fizeram a ameaça. Ele deve presidir uma reunião de chanceleres no Conselho de Segurança da ONU nesta sexta-feira, na qual disse que irá enfatizar a necessidade de que os membros adotem plenamente as sanções existentes, além de novas medidas possíveis.
Em uma demonstração de força, Washington está enviando o porta-aviões USS Carl Vinson para águas nos arredores da península coreana, onde ele irá se juntar ao USS Michigan, um submarino nuclear que atracou na Coreia do Sul na terça-feira. A Marinha sul-coreana informou que irá realizar exercícios com o grupo de ataque dos EUA.
Trump prometeu impedir a Coreia do Norte de atacar seu país com um míssil nuclear – uma arma que, segundo especialistas, o Norte poderá ter em algum momento depois de 2020.
(Reportagem adicional de Phil Stewart, Matt Spetalnick, Eric Beech e Patricia Zengerle, em Washington; Denis Pinchuk e Vladimir Soldatkin, em Moscou; Ben Blanchard e Vincent Lee, em Pequim; e Ju-min Park, em Seul)
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