Irã rejeita demanda dos EUA por visita de inspetores da ONU a locais militares
ANCARA (Reuters) - O Irã rejeitou uma demanda dos Estados Unidos para que inspetores da ONU visitem bases militares do país, dizendo que o pedido é "apenas um sonho", no momento em que Washington revisa o acordo de 2015 sobre o programa nuclear iraniano firmando entre Teerã e seis potências mundiais, incluindo os EUA.
O presidente norte-americano, Donald Trump, chamou o acordo nuclear, negociado sob o mandato de seu antecessor Barack Obama, de o "pior acordo já feito". Em abril, Trump ordenou uma revisão para avaliar se a suspensão das sanções nucleares ao Irã era do interesse dos EUA.
A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Nikki Haley, pressionou na semana passada a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) a buscar acesso a bases militares iranianas para garantir que não estejam ocultando atividades banidas pelo acordo nuclear.
"Os locais militares do Irã estão fora de alcance... Toda a informação sobre estes locais são confidenciais", disse o porta-voz do governo iraniano, Mohammad Baqer Nobakht, em coletiva de imprensa semanal transmitida pela televisão estatal. "O Irã nunca permitirá tais visitas. Não prestem atenção a tais comentários que são apenas um sonho."
Sob a lei norte-americana, o Departamento de Estado deve notificar o Congresso a cada 90 dias sobre a submissão do Irã ao acordo nuclear. O próximo prazo é outubro, e Trump afirmou acreditar que até lá os EUA irão declarar o Irã como em não conformidade.
Sob os termos do acordo, o organismo de controle nuclear internacional pode demandar inspeções de instalações iranianas caso tenha preocupações sobre materiais ou atividades nucleares.
Durante a década em que passou afastado das potências mundiais por conta de seu programa nuclear, o Irã rejeitou repetidas vezes visitas por inspetores da ONU a seus locais militares, afirmando que não tinham nada a ver com atividade nuclear e, portanto, estavam para além da competência da AIEA.
O Irã colocou suas bases militares fora dos limites do acordo também por conta do que chama de risco de que as informações obtidas pela AIEA possam parar nas mãos dos serviços de inteligência de seus inimigos EUA e Israel.
(Por Parisa Hafezi)
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