Trump diz que "conversa não é a resposta" para Coreia do Norte; secretário discorda
Por Idrees Ali e Soyoung Kim
WASHINGTON/SEUL (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta quarta-feira que "conversar não é a resposta" para o impasse tenso com a Coreia do Norte, resultante de seu desenvolvimento de mísseis nucleares, mas o secretário de Defesa norte-americano rapidamente afirmou que os EUA ainda têm opções diplomáticas.
Os comentários de Trump, feitos um dia depois de Pyongyang disparar um míssil balístico sobre o Japão e receber críticas da Organização das Nações Unidas (ONU) e de diversos países, renovaram sua retórica dura contra o regime recluso, nuclearizado e cada vez mais isolado.
"Os EUA vêm conversando com a Coreia do Norte, e lhes pagando dinheiro extorquido, há 25 anos", tuitou Trump. "Conversar não é a resposta!"
"Quando indagado por repórteres, poucas horas depois, se seu país esgotou as soluções diplomáticas para a Coreia do Norte em meio às tensões crescentes causadas por uma série de testes de mísseis norte-coreanos, o titular da Defesa norte-americano, Jim Mattis, respondeu "não".
"Nunca esgotamos as soluções diplomáticas", disse Mattis antes de uma reunião com seu equivalente sul-coreano no Pentágono. "Continuamos a trabalhar juntos, e o ministro e eu compartilhamos a responsabilidade de proporcionar a proteção de nossas nações, nossas populações e nossos interesses".
Trump, que prometeu não permitir que Pyongyang desenvolva mísseis nucleares capazes de atingir o território continental dos EUA, disse em um comunicado na terça-feira que "todas as opções estão na mesa".
A Coreia do Norte afirma ter lançado um míssil balístico de alcance intermediário (IRBM, na sigla em inglês) para se contrapor aos exercícios militares conjuntos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul e que ele foi o primeiro passo de uma ação militar no Pacífico para "conter" o território norte-americano de Guam.
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o disparo do míssil sobre o Japão, que classificou como "ultrajante", e exigiu que a Coreia do Norte suspenda seu programa de armas.
O comunicado esboçado pelos EUA, que não ameaça a adoção de novas sanções contra o regime norte-coreano, pediu que todos os Estados implantem as sanções da ONU e disse ser de "vital importância" que a Coreia do Norte adote ações imediatas e concretas para reduzir as tensões.
A menção de Trump a pagamentos de Pyongyang parece ter sido uma referência à ajuda que os EUA prestaram ao país anteriormente.
Um relatório do Serviço de Pesquisa Congressional dos EUA disse que, entre 1995 e 2008, Washington forneceu 1,3 bilhão de dólares em assistência aos norte-coreanos.
Mattis e o secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, vêm insistindo para que se encontre uma solução diplomática para a Coreia do Norte e usando um tom mais suave do que o de Trump nesta e em outras questões.
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