Temer janta com Trump para discutir crise na Venezuela e enfrenta protestos na chegada a hotel
Por Lisandra Paraguassu e Anthony Boadle
NOVA YORK (Reuters) - Em suas primeiras horas em Nova York, o presidente Michel Temer não escapou de ouvir protestos e gritos de "Fora Temer" na sua chegada ao hotel em que se encontraria com o presidente norte-americano, Donald Trump, para um jantar.
Temer chegou no final da tarde desta segunda-feira a Nova York, onde participa da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Seu primeiro compromisso foi um jantar com Trump, no hotel Lotte Palace New York, do qual participaram também o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, o presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, e a vice-presidente argentina, Gabriela Michetti.
Na entrada do hotel, do outro lado da rua, um pequeno grupo de brasileiros protestava contra a presença do presidente. Segundo assessores, Temer não chegou a ver o protesto.
O jantar, chamado pelo presidente norte-americano, tem como tema central a longa crise venezuelana.
Na abertura do encontro, Trump disse aos presidentes latino-americanos que a situação na Venezuela é "inaceitável", que o país está em colapso e a população passando fome.
O jantar foi programado pelo governo norte-americano para tentar aumentar a pressão da região sobre o governo de Nicolás Maduro. Trump já afirmou mais de uma vez que pode tomar medidas duras contra a Venezuela --inclusive ação militar-- e, durante sua fala na abertura do Jantar, repetiu que pode tomar "medidas adicionais" se o país continuar em uma escalada autoritária.
O governo brasileiro tinha intenção de conseguir alguns momentos para discutir temas bilaterais, como o comércio de etanol e o acordo open skies, ambos com negociações travadas. Mas diplomatas brasileiros admitem que dificilmente haveria espaço para avançar nesses temas.
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