Pequim diz esperar que EUA ajudem, e não causem problemas, no Mar do Sul da China
Por Michael Martina
PEQUIM (Reuters) - A China disse esperar que os Estados Unidos possam "ajudar, e não causar problemas", no disputado Mar do Sul da China, disse um diplomata chinês de alto escalão nesta sexta-feira, antes da visita do presidente norte-americano, Donald Trump, a Pequim na semana que vem.
Washington vem criticando a China pela construção de ilhas e pela intensificação na montagem de instalações militares no mar, temendo que sejam usadas para restringir a livre movimentação marítima.
Navios da Marinha dos EUA também realizaram patrulhas em defesa da liberdade de navegação na área, o que irritou os chineses.
Falando aos repórteres antes da viagem de Trump, o vice-ministro das Relações Exteriores chinês, Zheng Zeguang, disse que seu país tem uma soberania inquestionável sobre as ilhas e águas circundantes do Mar do Sul da China.
A essência do problema no local é a ocupação ilegal de alguns países regionais em algumas das ilhas e recifes da China, disse Zheng, acrescentando que a China está disposta a resolver as questões pacificamente por meio de conversas com os países envolvidos diretamente.
"A questão do Mar do Sul da China não é uma questão entre a China e os Estados Unidos", afirmou.
"Esperamos que, sendo uma parte externa, os Estados Unidos consigam plantar mais flores e menos espinhos, que ajudem, e não causem problemas."
Zheng disse esperar que os EUA consigam encarar objetivamente os desdobramentos positivos no Mar do Sul da China e respeitar os esforços da China e de países do sudeste asiático para salvaguardar a paz e a estabilidade no local.
Não existe problema com a liberdade de navegação naquele mar, e Pequim não aceita que quaisquer partes a usem como uma "desculpa" para prejudicar a soberania e os interesses de segurança da China, acrescentou.
O governo Trump prometeu realizar operações mais robustas no Mar do Sul da China.
As reivindicações chinesas sobre a área, pela qual cerca de 5 trilhões de dólares em mercadorias circulam todos os anos, são contestadas por Brunei, Malásia, Filipinas, Taiwan e Vietnã.
Pronunciando-se mais cedo nesta sexta-feira, outro diplomata chinês de alto escalão disse que sua nação e o Vietnã concordaram em tratar de sua disputa sobre o Mar do Sul da China com conversas amigáveis na esteira de um desentendimento sério entre os dois vizinhos comunistas durante o verão local.
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