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Governos ao redor do mundo investigam resposta do Uber à violação de dados

22/11/2017 17h55

Por Jim Finkle e Heather Somerville

TORONTO (Reuters) - Governos de vários países abriram investigações contra o Uber , após a empresa revelar que encobriu uma violação que expôs dados de milhões de clientes e motoristas, no mais recente escândalo a atingir a empresa de transporte urbano compartilhado por aplicativo.

Autoridades na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, dois dos principais mercados do Uber, bem como a Austrália e as Filipinas anunciaram nesta quarta-feira que vão investigar a resposta da empresa à violação dos dados.

Parlamentares dos EUA pediram audiências no Congresso e que a Comissão Federal de Comércio (FTC) analise a questão.

O Uber disse que está em contato com a FTC e vários países para discutir o ataque no ano passado, que expôs dados sobre milhões de clientes e motoristas.

"Fizemos contato com vários procuradores-gerais e com a FTC para discutir esta questão, e estamos prontos para cooperar com eles no futuro", disse um porta-voz do Uber por e-mail.

O Uber dissera na terça-feira que, no fim de 2016, pagou 100 mil dólares para hackers destruírem dados roubados de mais de 57 milhões de clientes e motoristas da empresa e que não revelou o incidente para as vítimas e autoridades.

O presidente-executivo da empresa reconheceu que a empresa cometeu um erro ao lidar com a violação.

A empresa é conhecida pela posição dura que tem adotado contra os reguladores, em sua busca para ampliar agressivamente seu serviço e competir com serviços de táxi.

Procuradores-gerais em pelo menos quatro estados norte-americanos --Connecticut, Illinois, Massachusetts e Nova York, disseram que lançaram investigações sobre a violação.

"Temos sérias preocupações sobre a conduta relatada", disse a procuradora-geral de Massachusetts, Maura Healey.

A FTC, que investiga empresas acusadas de descuido com os dados dos consumidores, disse que está analisando o assunto, mas recusou-se a dizer se lançou uma investigação formal.

"Soubemos de reportagens que descrevem uma violação no final 2016 nas ações dos funcionários do Uber após essa violação. Estamos avaliando de perto as questões graves levantadas", disse uma porta-voz da FTC.

A autoridade britânica de proteção de dados disse que vai trabalhar com agências locais e no exterior para investigar a questão.

     "Se os cidadãos do Reino Unido foram afetados, então deveríamos ter sido notificados para que pudéssemos avaliar e verificar o impacto sobre as pessoas cujos dados foram expostos", disse James Dipple-Johnstone, vice-comissário de Informação do Reino Unido.

     As informações roubadas incluíam nomes, endereços de email e números de telefone de 57 milhões de usuários do Uber, e nomes e números de licenças de 600 mil motoristas dos EUA, segundo um post do novo executivo-chefe do Uber, Dara Khosrowshahi, que substituiu o cofundador Travis Kalanick em agosto.