Ex-presidente do Equador chama sucessor de "traidor" e defende aliado preso por caso Odebrecht
(Reuters) - O ex-presidente de Equador Rafael Correa afirmou que o vice-presidente do país e seu aliado político, envolvido em denúncias de recebimento de propinas da Odebrecht, é inocente e atribuiu a prisão dele a uma perseguição política do atual presidente, que classificou como "traidor".
Jorge Glas, que foi ministro e vice-presidente do governo
de Correa, está preso desde outubro e é acusado de associação ilícita, por suspeita de ter recebido 14 milhões de dólares em propina da Odebrecht.
A volta de Correa ao Equador -ele vive na Bélgica
desde que deixou o cargo em maio- agravou a crise interna do partido Alianza País (AP), que está no poder, mas enfrenta um racha entre dois grupos, um deles apoia o atual presidente, Lenín Moreno, herdeiro político de Correa.
"Toda minha solidariedade e apoio a Jorge Glas nesta perseguição política. O Equador já tem um preso político...
um homem inocente", disse Correa a jornalistas na cidade de
Guayaquil, ao ser questionado sobre as ações adotadas pelo seu sucessor nos primeiros seis meses de mandato.
Moreno destituiu o vicepresidente Glas, sob acusação de deslealdade a seu governo e designou ao cargo uma pessoa de confiança.
Além disso, convocou consulta popular sobre diversos temas,
entre eles revogar a possibilidade de reeleição, para barrar um possível regresso ao poder de Correa.
"Sempre soubemos que Lenín Moreno era uma pessoa sem convicções, não sabíamos que era um traidor e que era um
mentiroso compulsivo, temos um impostor profissional", acrescentou Correa, que não descartou que o movimento político expulse o atual presidente durante uma reunião convocada para
o próximo fim de semana.
(Por Alexandra Valencia e Daniel Tapia em Guayaquil)
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