Marun muda relatório da CPI da JBS e retira pedido de indiciamento de Janot
BRASÍLIA (Reuters) - O deputado Carlos Marun (PMDB-MS), que assumirá o comando da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer, recuou e alterou nesta quarta-feira seu relatório da CPI da JBS ao retirar o pedido de indiciamento do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, autor de duas denúncias criminais contra Temer.
Na véspera, Marun havia apresentado relatório pedindo que Janot fosse indiciado por subversão da ordem pública e social, por caluniar ou difamar o presidente da República, por abuso de autoridade e por retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício. [nL1N1OC24E]
O deputado, que coordenará a articulação política do governo Temer ao assumir o ministério na quinta-feira, argumentava que Janot, quando estava à frente da Procuradoria-Geral da República, havia atuado para derrubar Temer e usado como instrumento as delações premiadas de executivos da J&F, holding que controla a JBS.
"Em face da existência de todos os elementos carreados neste relatório, é indubitável que o ex-procurador-geral da República tentou, com seu ato travestido de legalidade, derrubar o representante máximo da democracia brasileira", escreveu Marun no relatório apresentado na terça-feira.
Após críticas de colegas de CPI e entidades de classe, Marun voltou atrás, retirando ainda o pedido de indiciamento do então chefe de gabinete de Janot na PGR Eduardo Pelella.
A sessão da CPI nesta manhã foi interrompida sem que o relatório fosse votado devido ao início da sessão do Congresso.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello)
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