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Premiê irlandês diz não ver sinais de que Reino Unido irá voltar atrás em acordo de fronteira

VINCENT KESSLER
Imagem: VINCENT KESSLER

25/01/2018 12h22

DAVOS, Suíça (Reuters) - Não há nenhum sinal de que o Reino Unido pretende voltar atrás em compromissos feitos em dezembro sobre a fronteira irlandesa e fazê-lo iria desgastar a confiança para o resto das negociações do Brexit, disse o primeiro-ministro da Irlanda, Leo Varadkar, nesta quinta-feira.

Uma avanço alcançado em relação à fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte, que será a única fronteira terrestre do Reino Unido com a União Europeia após o Brexit, permitiu que negociadores chegassem a um acordo em dezembro que abriu caminho para conversas sobre os futuros laços comerciais entre Londres e o bloco.

No acordo, o Reino Unido disse que, se não puder fazer o tipo de acordo de livre comércio que deseja, a Irlanda do Norte permanecerá alinhada às regras de união aduaneira e mercado único da União Europeia, as quais Londres está oficialmente comprometida a deixar.

Algumas autoridades da UE dizem que ainda é incerto como o Reino Unido irá cumprir completamente os três principais compromissos que fez nestas circunstâncias: manter as regras da Irlanda do Norte em linha com a UE, manter a Irlanda do Norte alinhada ao território britânico e permitir que o Reino Unido divirja de regulações da UE.

"Eu não vi nenhuma evidência disto ainda", disse à Reuters Leo Varadkar, participando do Fórum Econômico Mundial em Davos, quando perguntado se está preocupado de que o Reino Unido possa voltar atrás em alguns de seus compromissos.

"Eu não acho que o Reino Unido irá se afastar disto e caso eles tentem, isto também irá gerar uma mensagem muito ruim, de que se você concorda com algo em dezembro e tenta se afastar disto em fevereiro, é muito difícil confiar nesta pessoa, então tenho certeza que não irão fazer isto", disse.

Varadkar reconheceu que será difícil colocar o acordo de fronteira em vigor, mas que a maneira mais fácil de fazer isto será o Reino Unido e a UE terem um relacionamento futuro não muito distante do acordo atual.

(Reportagem de Padraic Halpin em Dublin)