Grupo de Lima estuda sanções diplomáticas, econômicas e humanitárias contra Venezuela
Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em mais uma ação para pressionar a Venezuela a desistir das eleições presidenciais, o Grupo de Lima, associado a Estados Unidos e Espanha, anunciou nesta segunda-feira que estuda possíveis sanções contra o governo de Nicolás Maduro no caso da manutenção do pleito marcado para o dia 20 deste mês, considerado ilegítimo pelos países que compõe o grupo.
"Como resultado da reunião de trabalho, os participantes trocaram informações, analisaram os possíveis cenários e identificaram uma série de ações que poderiam ser tomadas coletiva ou individualmente, após o dia 20 de maio, nos campos diplomático, econômico, financeiro e humanitário", diz a nota divulgada no início da noite desta segunda pelas chancelarias dos países envolvidos.
De acordo com uma fonte a par das discussões, o grupo compilou uma lista de sanções possíveis, mas esta ainda não foi fechada. "Ainda não está fechada. Há coisas que uns podem e outros não podem fazer, como sanções unilaterais", explicou a fonte. "Está-se compilando uma lista que será fechada na semana que vem".
O Brasil, por exemplo, não admite sanções econômicas unilaterais. Restrições desse tipo só são adotadas quando aprovadas, por exemplo, pelas Nações Unidas.
O Grupo de Lima, formado por Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia, reuniu na Cidade do México representantes das chancelarias e dos ministros de finanças dos 12 países, além de EUA e Espanha, para discutir possíveis medidas que possam servir para pressionar a Venezuela e suspender as eleições.
Em nota, o grupo classifica o pleito de ilegítimo e sem credibilidade e faz mais um apelo pela suspensão das eleições.
"Os países participantes reiteraram sua condenação do regime autoritário que prevalece na Venezuela, que violentou a institucionalidade democrática, o estado de direito e o respeito aos direitos humanos e convocou um processo eleitoral ilegítimo que carece de credibilidade", diz a nota.
Os EUA já haviam se unido ao Grupo de Lima, pela primeira vez, no texto em condenação à Venezuela divulgado na Cúpula das Américas, em abril deste ano, em Lima. O governo americano pressiona por maiores sanções econômicas contra a Venezuela, mas esbarra na resistência dos sul-americanos, que não costumam adotar esse tipo de medida fora dos organismos multilaterais.
(Reportagem adicional de Dave Graham na Cidade do México)
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