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Alckmin diz que autonomia do BC não é prioridade e que manter Ilan no cargo seria "boa proposta"

23/05/2018 17h54

BRASÍLIA (Reuters) - O pré-candidato à Presidência da República e ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), avaliou nesta quarta-feira que tratar da autonomia do Banco Central como parte de reformas a serem feitas no início de um eventual governo não seria uma prioridade e acrescentou que seria uma “boa proposta” manter o atual presidente, Ilan Goldfajn, à frente da instituição.

“E gosto do Ilan Goldfajn, até disse que é uma boa proposta mantê-lo. Gosto dele. Acho uma pessoa preparada. Agora, o ativo da política não é infinito. Colocar como prioridade entre as reformas autonomia do Banco Central para mim não é prioritário. O prioritário é a questão fiscal. se a gente conseguir equacionar bem a questão fiscal, o restante, na prática, já vai ter”, afirmou Alckmin em evento da Confederação Nacional dos Municípios.

"O prioritário é a questão fiscal. Se a gente conseguir equacionar bem a questão fiscal, o restante, na prática, já vai ter”, acrescentou.

Alckmin disse ainda ser necessário pensar em outras saídas que possam compensar a oscilação do preço dos combustíveis, diante do recente aumento que provocou protestos de caminhoneiros em todo o país.

O tucano defendeu a redução das despesas do Estado, mas disse, durante fala dirigida a prefeitos, que o teto dos gastos não foi elaborado de forma “razoável” por limitar a capacidade de investimento público.

“Esse negócio do teto não é razoável”, disse a prefeitos. “Você não pode esmagar o investimento e o custeio”, afirmou, citando como saídas o crescimento do país e controle de gastos em áreas que não sejam essenciais.

“Nós precisamos trazer investimento que é a confiança na economia, na desburocratização, destravar a economia, simplificar. O Brasil dá mais valor à regra do que ao resultado”, disse.

Depois, em coletiva à imprensa, disse que considera o teto correto, mas criticou a concessão de aumentos a servidores pelo atual governo.

“Se tem aumento de pessoal, vai esmagar custeio e esmagar investimento”, explicou.

O pré-candidato aproveitou para defender, dentro de uma agenda de competitividade, de modernização e de desburocratização, a redução do déficit primário.

“Precisamos ter uma agenda de competitividade, ter metas ano por ano, reduzir o déficit primário, o país vai quebrar, não é possível”, declarou.

“Temos que em menos de dois anos zerar isso.”

Dentro o conjunto de medidas que pretende colocar em prática, caso eleito, Alckmin se posicionou favorável à reforma da Previdência, para a trazer mais equilíbrio às regras de aposentadoria.

“Defendo a reforma da Previdência. Não é para tirar direito de ninguém, mas é para a gente ter um regime mais justo”, disse.

(Reportagem de Maria Carolina Marcello)