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Maioria das pessoas pensa que mundo está mais perigoso do que há 2 anos, mostra pesquisa

10/07/2018 16h52

Por Lee Mannion

LONDRES (Thomson Reuters Foundation) - A maioria das pessoas acha que o mundo é mais perigoso hoje do que há dois anos na medida em que cresce a preocupação com violência motivada por divergências políticas e armas de destruição em massa, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira.

Seis de cada 10 pessoas entrevistadas pela pesquisa, comissionada pela Fundação Global Challenges, acreditam que o perigo aumentou. Conflitos, armas químicas ou nucleares são vistos como riscos maiores que o crescimento populacional ou o aquecimento global.

Os resultados ocorrem enquanto os líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se preparam para o encontro que acontecerá na quarta-feira em meio à crescente tensão entre Estado Unidos e outros membros a respeito dos gastos com defesa, o que alguns acreditam que pode ser prejudicial moralmente e jogar a questão nos braços da Rússia.

"Está claro que o nosso atual sistema de cooperação global não está mais fazendo as pessoas se sentirem seguras", disse Mats Adersson, vice-presidente da Fundação Global Challenges em comunicado.

Andersson afirmou que a turbulência entre as potências da Otan e Rússia, conflitos na Síria, Iêmen e Ucrânia e as tensões nucleares com Coreia do Norte e Irã estão fazendo com que as pessoas não se sintam seguras.

Uma pesquisa separada também realizada pela fundação após o encontro do líder norte-coreano, Kim Jong Un, com o presidente dos EUA, Donald Trump, apontou que o evento foi considerado reconfortante.

Menos de um terço dos cerca de 5 mil participantes contaram que se sentiram menos preocupados com o uso de armas de destruição em massa.

"A guerra é mais provável", disse a dra Patrícia Lewis, diretora de segurança internacional do instituto Chatham House. "Nós temos uma boa quantidade de instabilidade, que muitas vezes é um precursor para guerras."

Fundada para deter a ameaça soviética em 1949, a Otan é baseada em cooperação profunda com os EUA, que fornecem segurança para a Europa com seus arsenais nucleares e tradicionais.