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Estado Islâmico divulga vídeo reivindicando ataque no Tajiquistão

31/07/2018 17h00

DUCHAMBÉ (Reuters) - O Estado Islâmico procurou sustentar sua reivindicação de responsabilidade por um ataque que matou quatro turistas ocidentais no Tajiquistão divulgando um vídeo nesta terça-feira que supostamente mostra agressores jurando lealdade ao grupo militante.

Sua alegação vai de encontro a um comunicado do governo tajique, que acusou um partido de oposição islâmico proscrito de estar por trás do ataque.

    Mas os líderes exilados do partido negaram qualquer ligação com o atentado, e disseram que as autoridades estão usando o incidente com intenções políticas.

    Os quatro ciclistas norte-americanos, suíços e holandeses morreram no domingo, quando um carro os atropelou em uma estrada rural. Após o atropelamento os agressores esfaquearam as vítimas, informaram o ministro do Interior do Tajiquistão e a embaixada dos Estados Unidos na segunda-feira.

Foi o primeiro ataque conhecido deste tipo contra turistas ocidentais no Tajiquistão, antigo Estado soviético remoto localizado ao norte do Afeganistão, nas altas montanhas onde islâmicos mantiveram uma insurgência contra um governo apoiado por Moscou nos anos 1990.

    Um suposto vídeo do ataque, recebido de uma fonte anônima e publicado pela Rádio Europa Livre, mostra um carro fazendo uma curva de 180o, derrubando os ciclistas e atropelando várias pessoas em uma estrada estreita em plena luz do dia.

    Nesta terça-feira um veículo de comunicação do Estado Islâmico publicou outro vídeo que mostra cinco homens jurando lealdade ao seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi. Falando em russo, eles aparecem sentados sob uma bandeira do Estado Islâmico e se dirigem uns aos outros com nomes árabes.

    Alguns deles se parecem com os suspeitos cujas fotos foram publicadas pelo Ministério do Interior tajique.

    Sabe-se que o Estado Islâmico, que chegou a controlar grandes partes da Síria e do Iraque, tem alguma presença no Tajiquistão, país de língua persa, já que um ex-comandante de uma força de elite da polícia tajique desertou e se juntou ao grupo em 2015.

    Forças de segurança mataram quatro possíveis agressores na segunda-feira e detiveram outro. Em um comunicado emitido nesta terça-feira, o Ministério do Interior disse ter detido mais quatro suspeitos e culpou o Partido Renascença Islâmica do Tajiquistão (IRPT) pelo ataque.

(Reportagem de Nazarali Pirnazarov)