Suécia pode destituir premiê em voto de confiança sem substituto à vista
ESTOCOLMO (Reuters) - O primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, corre o risco de perder o cargo em um voto de confiança no Parlamento na terça-feira, e não há nenhum indício de quem o substituiria após uma eleição inconclusiva que deu impulso à extrema-direita.
A eleição de 9 de setembro resultou em um Parlamento sem maioria, no qual o bloco de centro-esquerda dos social democratas de Lofven obteve 144 cadeiras, uma a mais que a Aliança, sua rival de centro-direita.
O partido anti-imigração Democratas Suecos, que tem 62 assentos, deve cerrar fileiras com a Aliança e votar pela saída de Lofven na terça-feira.
"Lamento o fato de que a centro-direita está indo adiante e exigindo um voto de confiança no primeiro-ministro sem ter um plano de como um novo primeiro-ministro será escolhido", disse Anders Ygeman, responsável pelo quórum dos social-democratas. A política sueca enfrenta um impasse desde a eleição geral, na qual os dois principais partidos declararam vitória.
Eles se recusaram a apoiar um ao outro e descartaram cooperar com os Democratas Suecos, sigla com raízes em uma facção supremacista branca que vem sendo repudiada por todos os outros partidos desde que estreou na legislatura em 2010.
Embora a votação da moção provavelmente vá decretar o fim da coalizão minoritária formada pelos Social Democratas e os Verdes, ainda não está claro qual será a composição do novo governo.
O Parlamento votou a favor de um presidente da Aliança nesta segunda-feira, dando uma pequena vantagem à coalizão de quatro partidos. A principal tarefa do presidente é apontar um candidato a premiê, que por sua vez precisa formar um governo viável.
Mas a matemática complicada da legislatura faz com que seja incerto que os moderados, parlamentares do centro, liberais e democratas-cristãos que formam a Aliança poderão assumir o poder.
A Aliança espera que os social-democratas ou os Verdes os apoiem, uma proposta que Lofven já rejeitou. Ao invés disso, ele espera retirar os partidos do Centro e Liberal da Aliança para formar um governo de centro.
Os Democratas Suecos prometeram votar contra qualquer governo que não lhes dê influência sobre as políticas, particularmente a imigração. Até agora nenhuma sigla mostrou disposição para ceder.
"Como todos descartaram cooperar com os Democratas Suecos, os blocos tradicionais têm que cooperar uns com os outros", disse Jan Bjorklund, líder do Partido Liberal.
"Se algum tipo de cooperação não acontecer, a Suécia terá uma nova eleição."
(Por Simon Johnson e Johan Sennero)
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