El Salvador pede prisão de suspeito de assassinato de arcebispo Oscar Romero
Por Nelson Renteria
SAN SALVADOR (Reuters) - Um juiz de El Salvador pediu, na terça-feira, a prisão de um ex-militar suspeito de ter ordenado em 1980 o assassinato do arcebispo Oscar Romero, um ícone dos direitos humanos na América Latina recentemente canonizado pela Igreja Católica.
O juiz pediu a prisão de Álvaro Rafael Saravia, ex-soldado de 78 anos que é suspeito da morte de Romero há anos. O caso foi descartado em 1993, depois que uma lei de anistia proibiu julgamentos criminais ligados à sangrenta guerra civil da nação da América Central.
Cerca de 75 mil pessoas morreram no conflito, que durou de 1980 a 1992, durante uma ditadura militar. Acredita-se que Romero, morto a tiros enquanto celebrava uma missa na capela de um hospital, foi assassinado por um esquadrão da morte de direita.
O assassinato do arcebispo foi um dos mais chocantes de um longo conflito entre uma série de governos apoiados pelos Estados Unidos e rebeldes de esquerda, no qual milhares de pessoas foram mortas por esquadrões da morte militares.
Ninguém foi levado à justiça no caso de Romero, que foi reaberto em 2017, um ano depois que a polêmica lei de anistia foi revertida.
O juiz Rigoberto Chicas disse haver indícios suficientes para acusar Saravia de ter participado do assassinato de Romero e ordenou que a polícia e a Interpol o procurem, segundo porta-voz da corte. O paradeiro de Saravia é desconhecido.
Em seus sermões, Romero criticava a ditadura militar apoiada por Washington e expressava solidariedade pelos pobres. O papa Francisco o declarou um mártir que foi morto devido ao ódio pela fé e o canonizou neste mês.
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