Suprema Corte Espanhola concorda em extraditar aliada de Chávez para Venezuela
MADRI/CARACAS (Reuters) - A mais alta corte espanhola concordou nesta sexta-feira em extraditar uma mulher venezuelana que integrou o círculo do poder do falecido líder socialista da Venezuela Hugo Chávez de volta para sua terra natal, onde ela é suspeita de lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
De acordo com a imprensa venezuelana, Claudia Diaz foi enfermeira de Chávez quando ele passava por tratamento do câncer que levou à sua morte em 2013 enquanto seu marido servia como um de seus assessores.
Entre 2011 e 2013, Diaz também atuou como executiva no fundo governamental Fonden - um fundo de investimentos estatal obscuro que recebeu mais de 100 bilhões de dólares em receitas estatais mas produziu pouquíssima documentação sobre como a verba era gasta.
A corte disse em um comunicado que Diaz é suspeita de ter usado o escritório de advocacia panamenho Mossack Fonseca para criar companhias através das quais ela adquiriu ativos ilícitos na Venezuela e no exterior, em um caso ligado ao escândalo conhecido como "Panamá Papers".
Os nomes de Diaz e de seu marido apareceram nos Panamá Papers - milhões de documentos do Mossack Fonseca que foram publicados pela imprensa em abril de 2016 e que mostram como os ricos e poderosos usaram offshores para evitar impostos.
Quando Diaz foi detida na Espanha em abril, o procurador chefe da Venezuela, Tarek Saab, escreveu no Twitter que seu gabinete havia pedido sua prisão por participação no escândalo.
Em um comunicado escrito, o gabinete de Saab disse que abriu uma investigação sobre Diaz e seu marido em abril de 2016 e que os dois eram procurados por lavagem de dinheiro e apropriação indevida de fundos.
(Por Paul Day, reportagem adicional de Brian Ellsworth e Luc Cohen em Caracas)
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