Milhares de Venezuelanos se dirigem ao Peru antes de fim de prazo para residência
Por Marco Aquino
LIMA (Reuters) - Pelo menos 6 mil venezuelanos fizeram fila na fronteira com o Peru nesta terça-feira, na esperança de entrar no país antes de um prazo final para adquirir residência, e outros 4 mil são esperados nos próximos dois dias, afirmou o gabinete do defensor público do Peru.
O Peru foi um dos primeiros países a oferecer documentos de residência temporária a venezuelanos que estão deixando seu país atingido pela crise e atravessando a fronteira para Colômbia e Equador até chegar ao Peru.
Como o número de venezuelanos no Peru já chega a quase meio milhão, o governo adiantou o prazo final para a concessão de residência do final do ano para o final do mês de outubro. Imigrantes venezuelanos terão de entrar no país até quarta-feira para que sejam considerados elegíveis a receberem os documentos que permitem moradia, trabalho e estudos legalmente no país.
O Peru também passou a exigir passaportes para a entrada no país.
Com a chegada do prazo final, um número crescente de venezuelanos tem lotado a fronteira do Peru com o Equador, segundo Abel Chiroque, diretor do gabinete do defensor público na cidade fronteiriça de Tumbes.
"A demanda por serviços é esmagadora (...) a capacidade de atendê-los entrou em colapso", disse Chiroque por telefone, descrevendo os imigrantes que estão na fila por quase 24 horas. "A situação é preocupante".
Chiroque disse que pediu que o governo distribua senhas para os venezuelanos na fila quando o prazo acabar, para que eles possam pedir documentos de residência posteriormente.
A agência peruana de imigração não respondeu imediatamente aos pedidos para comentários.
Desde que a economia da Venezuela, grande exportadora de petróleo, afundou em uma crise sob o comando do presidente Nicolás Maduro, cerca de 1,9 milhão de venezuelanos emigraram desde 2015, de acordo com a Organização das Nações Unidas. Cerca de 90 por cento dos que saíram mais recentemente continuam na América do Sul, segundo a ONU.
O êxodo aumentou a demanda dos serviços sociais e provocou preocupações sobre crimes e empregos nos países que tem recebido os venezuelanos. Muitos imigrantes estão enfrentando discriminação e leis restritivas à imigração.
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