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Mianmar tenta convencer rohingyas a voltar de Bangladesh após repressão

31/10/2018 12h38

Por Ruma Paul e Simon Lewis

DACA/YANGON (Reuters) - Autoridades de Mianmar visitaram campos de muçulmanos rohingyas refugiados em Bangladesh nesta quarta-feira na tentativa de dar largada a um processo de repatriação de centenas de milhares que fugiram de uma operação repressiva do Exército no ano passado.

Mais de 700 mil refugiados rohingyas cruzaram de Mianmar para Bangladesh, disseram agências da Organização das Nações Unidas (ONU), depois que ataques de insurgentes rohingyas contra forças de segurança de Mianmar em agosto de 2017 desencadearam uma ampla reação militar.

Depois de reuniões em Daca na terça-feira, autoridades disseram que o retorno começará no mês que vem, mas a agência de refugiados da ONU disse que as condições no Estado de Rakhine "ainda não contribuem para o retorno". A agência finalizou a segunda fase de sua avaliação em Rakhine, mas seu acesso continua "limitado", disse o porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur), Andrej Mahecic, em Genebra nesta quarta-feira.

Os rohingyas e outros muçulmanos de três municípios estão sujeitos a dificuldades e vulnerabilidade econômica devido às restrições impostas à sua movimentação, e o sentimento que prevalece é de "medo e desconfiança", disse ele.

Um grupo de cerca de 60 líderes comunitários rohingyas se encontrou com uma delegação de cerca de uma dúzia de autoridades de Mianmar no campo de Kutupalong, o maior assentamento de refugiados do mundo, localizado no distrito de Cox's Bazaar de Bangladesh, disseram dois homens rohingyas que estiveram presentes.

Mianmar disse que está pronta para receber os refugiados de volta desde janeiro e que construiu campos perto da fronteira para isso.