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WIDER IMAGE-Caravanas: a nova face da imigração sem um fim à vista

19/12/2018 21h20

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19 Dez (Reuters) - Um menino de cinco anos descansa do lado de uma estrada com a mãe, ao mesmo tempo que milhares de imigrantes como eles passam caminhando. Uma mulher agarra as duas filhas, e elas fogem de uma nuvem de gás lacrimogêneo. Uma criança desliza sob uma cerca para alcançar solo norte-americano. Um homem chora num veículo de patrulha de fronteira dos Estados Unidos, uma vez que o seu sonho de uma nova vida é destruído.

Esses são os rostos de imigrantes cuja jornada da América Central para os Estados Unidos choca o continente desde outubro.

À medida que eles se aproximavam da fronteira dos EUA com o México, os milhares de imigrantes, a maior parte hondurenhos, se tornaram símbolo da política rigorosa do presidente Donald Trump em relação à imigração.

Para os EUA e para o México, a caravana levantou questões difíceis sobre como responder a uma aparentemente sem fim procissão de imigrantes que dizem que a violência das gangues tornou os seus países inabitáveis.

A jornada, feita parte dela a pé, é difícil. Para aqueles que chegam a cidade mexicana de fronteira Tijuana, o caminho adiante é incerto. Autoridades dos EUA implementaram um sistema de “medição”, que limita quantos podem pedir asilo em Tijuana.

Alguns imigrantes se aventuram pela fronteira para evitar a espera de meses, se entregando às autoridades na esperança de serem libertados.

A caravana representa um teste inicial para o novo presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, no momento em que ele tenta estabelecer uma relação com o governo Trump.

Antes principal fonte de imigrantes para os EUA, o México agora tem que gerenciar o fluxo crescente de famílias da América Central se dirigindo para a sua fronteira norte. López Obrador, que assumiu o poder neste mês, ainda avalia uma proposta dos EUA que faria com que os que buscam asilo esperassem no México enquanto os seus pedidos são examinados, um processo que pode levar anos.

A caravana não será provavelmente a última. Para os imigrantes com poucas opções, viajar em grupos grandes é mais seguro do que fazer a viagem sozinhos ou pagar os “coiotes” que atravessam os ilegais.

(Por Julia Love)