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Reino Unido gastará mais de US$130 milhões em balsas para lidar com Brexit sem acordo

29/12/2018 11h30

Por Andrew MacAskill

LONDRES (Reuters) - O governo britânico gastará mais de 100 milhões de libras (130 milhões de dólares) fretando balsas marítimas extras para aliviar o congestionamento para atravessar o Canal se o Reino Unido não conseguir fechar um acordo comercial antes de deixar a União Europeia no ano que vem.

Apenas três meses antes de o Reino Unido deixar o maior bloco do mundo, o risco de um Brexit sem acordo está crescendo – o pior cenário para muitas empresas, que agora estão se preparando para um choque econômico.

Balsas extras serão necessárias para trabalhar em novas rotas através do Canal, caso os principais terminais de Calais, na França, e Dover e Folkestone na Inglaterra, fiquem congestionados para verificações alfandegárias.

Atualmente, a participação do Reino Unido na UE significa que os caminhões podem passar sem problemas pelos controles de fronteira dentro do bloco. Mas em um Brexit sem acordo, até mesmo alguns minutos de atraso para cada caminhão na alfândega provavelmente significarão um acúmulo de veículos nos portos e filas nas estradas em ambos os lados do Canal.

Para reduzir um potencial gargalo, o governo concedeu três contratos para fornecimento de capacidade de frete adicional em rotas a partir dos portos da costa sul da Inglaterra, incluindo Poole, Portsmouth e Plymouth.

Eles compreendem um valor de 47 milhões de libras com a empresa francesa Brittany Ferries, um acordo de 47 milhões de libras com a companhia marítima dinamarquesa DFDS e um contrato de 14 milhões de libras com a Seaborne Freight.

O líder do partido liberal-democrata da oposição, Vince Cable, classificou o movimento como "completa loucura" e disse que o dinheiro público estava sendo gasto de forma imprudente em uma oferta de última hora para se preparar para um resultado sem acordo.

Os contratos não foram submetidos a concurso. O Departamento de Transportes disse que está respondendo a uma "situação de extrema urgência" causada por "eventos imprevisíveis".

Cerca de 16.000 caminhões passam entre Dover e Calais todos os dias, transportando tudo, desde alimentos perecíveis até remédios e bens industriais necessários para manter as fábricas funcionando.