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"Pior ainda está por vir": Onda de calor na Europa causa incêndios florestais e traz riscos à saúde

27.jun.2019 - Incêndio florestal na Catalunha, na Espanha, devora milhares de hectares de florestas - AFP
27.jun.2019 - Incêndio florestal na Catalunha, na Espanha, devora milhares de hectares de florestas Imagem: AFP

27/06/2019 17h01Atualizada em 28/06/2019 09h07

Incêndios florestais atingem a Catalunha e autoridades francesas aumentaram as restrições à água e ao trânsito nas cidades enquanto partes da Europa passam por uma intensa onda de calor.

As temperaturas escalaram para os 44ºC em partes do norte da Espanha e do sul da França, levando muitas pessoas a buscarem o alívio no mar, nos rios, lagos, fontes e piscinas.

Bombeiros espanhóis enfrentam dificuldades para conter incêndios espalhados em 10 mil acres (cerca de 4 mil hectares) na região da Catalunha, no nordeste do país e avisam que a atual área afetada pode aumentar em até cinco vezes por conta dos fortes ventos e do calor implacável.

Helicópteros despejaram água sobre os incêndios, que assolaram cerca de 80 km para o interior da cidade costeira de Tarragona. O governo regional informou que cerca de 30 pessoas foram retiradas de suas casas em uma área rural, não havia mortos ou feridos.

Os incêndios florestais são os piores a serem registrados em 20 anos, disse o governo regional.

Ao norte, na França, autoridades aumentaram restrições sobre o uso de veículos, já impostas em Paris, Lyon, Marselha e Strasbourg, em uma tentativa de conter a poluição do ar.

Algumas escolas adiaram as provas e exames, e parte do norte da França foi colocado em alerta de seca, com restrições ao fornecimento de água para fazendas, empresas e moradores. O ministro da Agricultura francês, Didier Guillaume, anunciou uma proibição ao transporte de animais até que a onda de calor termine.

A operadora de energia elétrica RTE disse que a demanda francesa por eletricidade nesta quinta-feira estava próxima a um recorde de verão registrado há dois anos, quando pessoas ligaram seus ventiladores e aparelhos de ar condicionado para combater e aliviar os incômodos causados por temperaturas altíssimas.

"Ligações para os nossos serviços de emergência estão em alta por todo país. Estamos vendo o início de um claro impacto da onda de calor. Para nós, o pior ainda está por vir", disse Jerome Saloman, diretor nacional de Saúde Pública.

Saloman disse que quatro afogamentos haviam sido registrados na França desde o início da semana eram diretamente ligados à onda de calor. Entretanto, o número total ligado à procura de locais para se refrescar nos dias quentes seria conhecido apenas semanas adiante.

A ministra da Saúde, Agnes Buzyn, disse que quatro regiões administrativas chegaram ao alerta vermelho, o maior nível de crise, com outras 76 em alerta laranja.

"Este episódio de onda de calor não tem precedentes na França. É excepcional em sua intensidade", disse ela em uma entrevista coletiva.

O alerta vermelho significa que atividades e esportes a céu aberto, além de outras atividades festivas, estão suspensas ou adiadas. Ela alertou corredores e praticantes de esportes para que contivessem suas atividades.

Houve apenas um alívio para o norte da Alemanha nesta quinta-feira, quando as temperaturas caíram para níveis mais normais para o mês de junho. Em Berlim, 21ºC, depois dos 37ºC registrados na quarta-feira.

(Reportagem das redações de Paris, Madrid e Berlim)