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Policiais e manifestantes entram em confronto durante protesto em Hong Kong

Policiais atiram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em Hong Kong, na China, durante protesto neste domingo - Amr Abdallah Dalsh/Reuters
Policiais atiram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes em Hong Kong, na China, durante protesto neste domingo Imagem: Amr Abdallah Dalsh/Reuters

Joe Brock e Jessie Pang

08/09/2019 16h16

A polícia de Hong Kong lançou gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes no caro bairro comercial de Causeway Bay neste domingo, depois que manifestantes se reuniram no consulado dos Estados Unidos pedindo ajuda para trazer democracia à cidade, que é governada pela China.

A polícia deslocou os manifestantes do distrito financeiro Central, e eles se dispersaram para a região vizinha de Admiralty, para o distrito de Wan Chai e para Causeway Bay, em um padrão agora familiar de jogo de gato e rato entre polícia e população ao longo de três meses de protestos.

Os ativistas colocaram barricadas, quebraram janelas, começaram incêndios nas ruas e vandalizaram a estação de metrô em Central, o distrito mais importante da ex-colônia britânica.

O Central, sede de bancos, joalherias e lojas de marcas famosas, estava cheio de grafites, cacos de vidro e tijolos arrancados das vias. Os manifestantes atearam fogo em caixas de papelão, construindo barricadas com cercas de metal.

"Não podemos sair porque há policiais do choque", disse o manifestante Oscar, 20, em Causeway Bay. "Eles dispararam gás lacrimogêneo na estação."

Mais cedo, milhares de manifestantes cantaram o hino norte-americano e pediram ao presidente dos EUA, Donald Trump, para "libertar" a cidade. Eles acenaram com bandeiras norte-americanas e cartazes demandando democracia.

"Lute pela liberdade, apoie Hong Kong", eles gritaram antes de entregar petições no consulado dos EUA. "Resista a Pequim e liberte Hong Kong."

O secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, pediu no sábado que a China atue com comedimento em Hong Kong, que retornou ao domínio chinês em 1997.

No mês passado, Trump sugeriu que a China deveria resolver o problema em Hong Kong "humanamente" antes que um acordo comercial fosse alcançado com Washington. Anteriormente, Trump chamou os protestos de "distúrbios" de responsabilidade da China.

Hong Kong retornou à China sob a fórmula "um país, dois sistemas" que garante liberdades não usufruídas na porção continental do país. Muitos moradores de Hong Kong temem que Pequim esteja tentando acabar com essa autonomia.